Varsóvia Polônia
- A origem do nome Varsóvia
- Os Levantes de Varsóvia
- O Prédio Soviético, Palácio da Cultura e da Ciência
- Rua Nowy Świat e Rua Krakowskie Przedmieście
- Praça do Castelo, Centro Histórico
- Praça do Mercado
- Barbacã e a Muralha de Varsóvia
- Basílica de Varsóvia (Catedral de São João)
- As margens do rio Vístula
- Dicas de Hospedagem
- Comida Típica
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Varsóvia (Warszawa) é a capital da Polônia. É a maior cidade do país. A capital da Polônia era Cracóvia, porém, após um incêndio, o Rei Zygmunt III transferiu a capital para Varsóvia em 1596.
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Varsóvia foi ocupada pelos Suecos e pelos Russos diversas vezes, e também fez parte do império francês de Napoleão Bonaparte como capital do grão-ducado.
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A Polônia (Polska em polonês) foi um dos lugares mais castigados durante a Segunda Guerra Mundial. Varsóvia foi completamente destruída e teve milhões de pessoas mortas. A maior parte das construções de Varsóvia foram completamente destruídas. Mas com o tempo, houve um minucioso processo de reconstrução, reproduzindo os prédios idênticos como eles eram. A reconstrução aconteceu com ajuda de outros países.
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Varsóvia recebeu o título de "Phoenix City" porque teve que renascer das cinzas literalmente.
Praça do Castelo, centro histórico.
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A história de Varsóvia (e de toda a Polônia) é marcante: a cidade sofreu nas mãos dos alemães nazistas até 1945, e quando acabou a Segunda Guerra Mundial, foi ocupada pela União Soviética cujo domínio do regime comunista perdurou por longos 42 anos. Nesse tempo, a cidade que havia sido completamente arrasada, foi reconstruída, e as condições dos polacos melhoraram, embora continuaram a viver sem liberdade até 1989. Evidências da arquitetura russa estão na cidade até hoje.
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O idioma é o polaco, e é bem difícil. Não dá pra entender nada. NA-DA! Passei aperto na Polônia, confesso. Dicas de viagem para países de língua difícil CLIQUE AQUI
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A moeda é o Zlot (bem parecido com o Real em valores).
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Atenção: Na Polônia não é permitido consumir bebidas alcoólicas em locais públicos (ruas, praças, viadutos, parques, etc). A polícia fica de cima mesmo!
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Não dá para falar de Polônia sem citar Chopin! Frédéric François Chopin (1810 – 1849) foi um compositor e pianista polonês radicado na França. Nasceu em uma aldeia no ducado de Varsóvia. Era filho de mãe polonesa e pai francês. Aclamado na Polônia como uma criança prodígio, aos 20 anos foi para Paris (para sempre) onde fez carreira como intérprete, professor e compositor. Mestre no piano, Chopin sempre se mostrou nacionalista, mesclando sua música com elementos eslavos/poloneses. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história, comparado com grandes outros compositores, como Mozart e Beethoven. Foi casado por 10 anos com a escritora francesa George Sand. Chopin sempre teve uma saúde frágil, e aos 39 anos, morreu em Paris vítima de tuberculose.
Frédéric François Chopin.
Andando por Varsóvia, vi vários cartazes anunciando concertos de Chopin.
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Em alguns bancos das praças tem um botão de "play" que quando a gente aperta, começa a tocar melodias de Chopin. Cada banco toca uma música diferente. É lindo demais, me emocionei. A gente senta no banco e fica ouvindo o trecho da música. Foi uma experiência incrível. Mostro mais à seguir.
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Outro ídolo dos poloneses é Nicolau Copérnico (1473 - 1543), astrônomo e matemático autor da Teoria Heliocêntrica, a que prova que o Sol é o centro do nosso sistema planetário, e não a Terra (ou Deus) como era defendido na Idade Média. A Igreja chegou a condenar a teoria, excomungando e levando à inquisição quem a defendesse na época. Copérnico nasceu e viveu na Polônia, até morrer aos 70 anos. Nas lojinhas de souvenirs, o que a gente mais vê dele, são essas duas fotos abaixo, estampadas em tudo que você pode imaginar: imãs de geladeira, canecas, chocolates etc.
A primeira imagem se chama “Astrônomo Copérnico: Conversa com Deus”. É uma enorme tela do pintor polonês Jan Matejko, que fica exposta na Câmara do Senado da Universidade Jaguelônica em Cracóvia. A tela monumental foi pintada em 1873 para marcar o 400º aniversário do nascimento do astrónomo. Em vez de retratar Copérnico no momento de sua descoberta do heliocentrismo, Matejko optou por pintá-lo no telhado de uma torre na sua cidade natal de Frombork, debatendo o assunto com Deus. A segunda imagem é um retrato de Copérnico de autor desconhecido, pintado em 1580, que fica exposto na Prefeitura de Torun na Polônia, sua Terra natal.
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Varsóvia é uma das cidades metropolitanas mais dinâmicas da Europa. É sede de várias instituições governamentais e de indústrias eletrônicas e de alta tecnologia (bens de consumo, aço, engenharia elétrica, automóveis).
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Varsóvia foi classificada como uma das cidades mais habitáveis da Europa e é um dos principais centros econômicos, financeiros e culturais. Possui ótimas universidades, uma renomada orquestra filarmónica e o maior Teatro Nacional do mundo, o Ópera de Varsóvia.
Teatro Nacional de Varsóvia.
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Historicamente, Varsóvia foi um destino para imigração interna e estrangeira, especialmente da Europa Central e Leste Europeu. Há 300 anos, era a cidade mais diversificada da Polônia, com um número significativo de habitantes estrangeiros. Antes da Segunda Guerra Mundial, a população judia representava cerca de 30% da população total da cidade. A guerra mudou isso. Hoje há muito menos diversidade étnica que nos 300 anos anteriores. Atualmente, a maior parte do crescimento populacional se baseia na migração interna.
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Estando na Polônia, não deixe de provar os dumplings (ou Pierogi). É tipo um pastel cozido muito consumido no Leste Europeu e de origem provavelmente asiática. A massa (que pode ser feita de trigo, arroz ou batata) é frita, cozida ou assada. O recheio pode conter carne ou só legumes. O recheio pode ser tanto doce como salgado. Em Varsóvia, comi dumplings no restaurante Zapiecku. Mas tem muitos outros restaurantes que servem dumplings.
Dumplings, comida típica polonesa.
A origem do nome Varsóvia
Varsóvia em polaco é Warszawa, que significa "pertencente a War". War é uma forma abreviada do nome masculino Warcisław. A etimologia popular atribui o nome da cidade a um pescador chamado War, que no século 12, morava em uma vila localizada onde atualmente fica Varsóvia.
O símbolo da cidade é uma sereia com uma espada e um escudo nas mãos, porque a origem do nome veio de uma lenda urbana...
A Sereia de Varsóvia:
Duas irmãs sereias, ansiosas por conhecer o mundo, chegaram do Oceano Atlântico ao mar Báltico. Uma delas ficou em Copenhagen e a outra continuou sua jornada até chegar a Dansk, onde nadou ao longo do rio Vístula até chegar à Varsóvia. Lá, ela foi capturada por um comerciante até que um pescador polaco de nome War se apaixonou pelo seu choro e a salvou. A sereia prometeu que, como recompensa, defenderia a cidade de Varsóvia com a sua espada e seu escudo sempre que fosse necessário. Os habitantes da cidade então, uniram o nome do pescador (War) com o nome da sereia (Szawa) e batizaram a cidade de Warszawa (Varsóvia).
Na praça do centro histórico há uma estátua de uma sereia segurando uma espada e um escudo nas mãos. A sereia da Praça do Mercado é uma réplica. A original está no Museu de Varsóvia. Foi feita em 1855 pelo escultor Konstanty Hegel.
O interessante que vale a pena mencionar, é que a modelo que posou para o escultor morreu defendendo a cidade durante o Levante de Varsóvia, cumprindo parte da lenda.
A estátua da sereia de Varsóvia fica no centro da praça principal da cidade.
A sereia de Copenhagen (Dinamarca) é irmã da sereia de Varsóvia. Veja tudo sobre A Sereia de Copenhagen CLIQUE AQUI
O Prédio Soviético, Palácio da Cultura e da Ciência
A Polônia foi ocupada pela antiga União Soviética do final da Segunda Guerra Mundial até 1991. É um período histórico que os poloneses não gostam muito de lembrar. Porém, o símbolo maior dessa “herança soviética” é o Palácio da Cultura e da Ciência, um belo prédio imponente que fica bem no centro de Varsóvia.
Perto dali, na esquina da rua Marszałkowska, aconteceu um massacre de poloneses por soldados russos. Por essas e outras, cogitou-se a possibilidade de demolir o prédio, mas ele resistiu ao ódio e às más lembranças.
Com 237 metros de altura e 42 andares, o Palácio da Cultura e da Ciência é o edifício mais fácil de reconhecer. Foi durante muitos anos o mais alto da Polônia e hoje em dia continua sendo o mais alto de Varsóvia.
No período comunista, Stalin quis dar à capital um presente do povo russo. Stalin enviou seus melhores arquitetos a Nova York para pesquisar as correntes arquitetônicas e voltar com novas ideias para construir um prédio sem precedentes. Sua estrutura lembra o Empire State de Nova York e a Universidade Estadual de Moscou.
Em 1955, o Palácio da Cultura e Ciência foi terminado e se tornou em um símbolo da Polônia comunista. No início, o edifício despertou muita aversão entre os habitantes, que o viram como um símbolo afrontoso do regime comunista. Hoje, a existência do prédio é um pouco mais aceita.
O edifício possui mais de 3.300 salas de reunião e conferências, vários museus, teatros, cafés, cinema, um posto de informações turísticas de Varsóvia e duas salas de shows (as mais importantes do país).
No Topo tem um Mirante
No 30º andar do prédio tem um belo mirante, com vistas extraordinárias da cidade. Tem que subir para conhecer, vale muito a pena.
A gente compra o ticket ali mesmo no hall da entrada do prédio e sobe por um elevador. No topo, quando a porta do elevador se abre, nos deparamos com um salão vermelho maravilhoso, de tirar o fôlego mesmo.
O salão nos conecta aos 4 lados do terraço, que fica a 114 metros de altura, com uma bela vista panorâmica de Varsóvia. No mirante tem umas espreguiçadeiras para descansar e uma cafeteria.
Os Arredores
A região que fica ao redor do prédio soviético é muito boa e agitada. As ruas têm muito comércio, cheias de lojas conhecidas e renomadas. Tem muitos shoppings, galerias, bares e restaurantes.
A bela arquitetura do Shopping Złote Tarasy.
Em frente ao prédio soviético, fica a Estação Central de Varsóvia.
Film Stars Alley: É tipo uma Calçada da Fama. Fica na Passagem Stefana Wiecheckiego Wiecha. Vale a pena ir para ler breves depoimentos de estrelas do cinema polonês e mundial. É um lugar bem agradável. Tem lugares para sentar e observar o movimento.
Os arredores do Prédio Soviético.
Rua Nowy Świat e Rua Krakowskie Przedmieście
Nowy Świat é a rua mais charmosa de Varsóvia. Seu nome significa “mundo novo”.
A rua Nowy Świat é longa, cheia de lojas, hospedagens, restaurantes e charmosas cafeterias. É uma rua movimentada. Passa bastante transporte público. É um ótimo endereço para se hospedar, pois é fácil de chegar, tem supermercadinhos, bastante comércio, e fica perto de tudo.
Eu me hospedei aqui, e fui a pé para todos os pontos turísticos de Varsóvia.
É um lugar badaladinho, ótimo para passear no final do dia. Recomendo que você escolha um restaurante ou cafeteria da Nowy Świat e sente-se em uma mesinha na calçada, para comer e observar o movimento.
A revista polonesa Wprost chegou a classificar a rua Nowy Świat como a mais prestigiada da Polônia. Os aluguéis aqui são os mais altos do país. A segunda rua mais prestigiada do país fica em Cracóvia, que é a Rua Floriańska.
Caminhando pela rua Nowy Świat em direção ao centro histórico, chegamos na Praça Nicolau Copérnico. É uma praça bem bonita, rodeada de prédios da Universidade de Varsóvia. No centro da praça fica a estátua de Copérnico e no chão, a representação do Sistema Solar e suas órbitas com os planetas. Copérnico foi um astrônomo e matemático polonês que viveu no século 15. Naquela época, a igreja fazia as pessoas acreditarem que Deus era o centro do universo. Copérnico provou que o Sol era o centro do nosso sistema, e quase morreu queimado acusado de heresia por causa disso, rs.
Praça Nicolau Copérnico.
Aqui começam a aparecer os famosos bancos que tocam Chopin! Frédéric Chopin é um dos orgulhos da Polônia, e alguns bancos das praças tem um botão que quando a gente aperta, começa a tocar melodias de Chopin. Cada banco toca uma música diferente. É lindo demais gente, me emocionei. A gente senta no banco e fica ouvindo o trecho da música. Foi uma experiência incrível.
Botão do "Play".
Basílica de Santa Cruz.
Nesse trecho da Nowy Świat, a rua já não é tão movimentada como no início dela. Aliás, isso me chamou bastante atenção em Varsóvia: eu visitei a cidade em pleno verão, mas as ruas não estavam lotadas de turistas não. Nem nos pontos turísticos eu vi aglomeração de pessoas. É uma cidade bem tranquila de ser visitada.
Rua Krakowskie Przedmieście
Desse ponto pra frente, a rua passa a se chamar Krakowskie Przedmieście. Ela continua até a praça principal do centro histórico. Caminhar por ela é muito agradável porque a gente passa por vários edifícios históricos, embaixadas, prédios do governo, museus, hotéis de luxo, igrejas, praças, cafeterias e restaurantes. A rua é bem bonita, plana, limpa, bem cuidada e tranquila. Gostei muito de caminhar por ela.
Museu da Universidade de Varsóvia.
Estátua do Cardeal Stefan Wyszyński, símbolo da luta da Igreja Católica contra o comunismo.
Hotel Bristol à direita da foto.
Parque Ogród Saski e Tumba do Soldado Desconhecido: Aqui quero abrir um parêntese. Nessa altura da rua Krakowskie Przedmieście, mas na rua lateral, tem um lugar bem interessante de ser visitado: é a Praça Piłsudski. Vale a pena desviar um pouco do caminho para conhecê-la. Todas as fotos abaixo ficam no mesmo lugar. Eu separei por números apenas para facilitar a identificação.
1- Estátua do Marechal Piłsudski, inaugurada em 1995, no 75º aniversário da Batalha de Varsóvia. 2- Praça Piłsudski, ampla, bastante grande. 3- Monumento em homenagem às vítimas da tragédia de Smolensk em 2010. 4- Entrada do parque Ogród Saski e Tumba do Soldado Desconhecido (há troca de guarda diária no local). 5- Tumba do Soldado Desconhecido, onde fica uma chama permanentemente acesa. 6- Parque Ogród Saski.
Voltando para a rua Krakowskie Przedmieście:
Palácio Presidencial (a residência oficial do chefe de estado da Polônia) e a Estátua do Príncipe Józef Poniatowski, general polonês e comandante do Exército da Coroa da República.
Monumento em homenagem ao poeta polonês Adam Mickiewicz, famoso na era romântica, que foi inaugurada no centenário de seu nascimento em 1898.
Já no finalzinho da rua Krakowskie Przedmieście, chegamos na praça principal do centro histórico. É um bom lugar para uma pausa, antes de continuar o passeio. Escolha uma cafeteria que tenha vista para a praça e se delicie com uma bela torta doce. O prédio amarelo da esquina é a Igreja de Santa Ana. Ao fundo, está a Praça do Castelo, a principal do Centro Histórico.
Praça do Castelo, Centro Histórico
O marco-zero da cidade de Varsóvia é a Praça do Castelo. O nome vem do Castelo Real, que existe ali desde o século 14.
O Centro Histórico de Varsóvia foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1980.
No centro da praça fica a Coluna de Zygmunt, um dos monumentos mais antigos de Varsóvia. A coluna construída no século 17 homenageia o Rei Zygmunt III, que depois de um incêndio, transferiu a capital da Polônia de Cracóvia para Varsóvia em 1596.
O Castelo Real
Com a transferência da capital da Polônia para Varsóvia, o Rei Zygmunt ordenou (no século 16) a ampliação do castelo para que ele servisse de residência real. Foi construído então esse belo castelo barroco.
Depois disso, uma série de fatos afetaram a estrutura original do castelo: invasões estrangeiras, incêndios e bombardeios. A pior de todas as calamidades aconteceu durante o Levante de Varsóvia na Segunda Guerra Mundial. Tropas nazistas bombardearam o Castelo Real e o reduziram a escombros. Não só o castelo, mas sim Varsóvia inteira.
Graças à ajuda internacional, o Castelo Real foi reconstruído após o regime comunista, e voltou a funcionar em 1984.
O castelo pode ser visitado. Em cada ala é possível notar as funções que ele desempenhou ao longo dos anos: serviu de residência real, sede parlamentar e lar do presidente. O castelo é um símbolo da independência da Polônia!
É possível visitar a Sala do Trono, a Capela Real, a Câmara do Conselho e outras alas ricamente decoradas com tapeçarias, afrescos religiosos e pinturas de Rembrandt e Canaletto.
Foto batida do castelo, com vista para a praça. Se você não quiser usar as escadarias, tem um funicular (tipo um bondinho) que liga a Praça do Castelo às margens do rio Vístula.
Igreja de Santa Ana e o Mirante
A Igreja de Santa Ana é essa bela construção amarela de esquina. Foi construída no século 15, sendo uma das igrejas mais antigas de Varsóvia.
A fachada de estilo gótico contrasta com o seu interior barroco. A nave principal é ricamente decorada com afrescos que cobrem todo o teto. Embora a estrutura atual data de 1770, alguns dos elementos, como o órgão, o púlpito e o altar, são originais.
Devido à falta de campanário (torre de sinos), uma torre adjacente foi construída no século 16, e que hoje serve como mirante. Lá do alto, a gente tem as melhores vistas do centro histórico de Varsóvia. Tem que subir muitos degraus, mas é tranquilo. Já subi torres mais altas e mais custosas que essa. E a vista vale a pena! (Preço: 10 Zlots).
Eu subi no pôr-do-sol e foi lindo!
Do mirante é possível ver o Castelo Real, o rio Vístula e o distrito de Praga, bairro da cidade que fica do outro lado do rio.
O rio Vístula e o bairro de Praga, que fica do outro lado da ponte. O antigo bairro comunista de Praga hoje um distrito hipster, a zona mais alternativa de Varsóvia.
Norodowy, o estádio de Varsóvia.
No topo do mirante dá pra gente ver os sinos da igreja de Santa Ana, mas eles não tocam mais. Estão desativados.
Mais fotos com a panorâmica da vista, porque é lindo demais:
Memorial a Jan Zachwatowicz
Na Praça do Castelo fica a estátua de bronze de Jan Zachwatowicz. É uma homenagem ao arquiteto que desempenhou um papel significativo na reconstrução do centro histórico de Varsóvia. A estátua foi inaugurada em março de 2021, e é um símbolo de resiliência.
Praça do Mercado
A Praça do Mercado é uma praça histórica de Varsóvia. É pequena, linda e medieval, rodeada de predinhos coloridos. As casas coloridas e a escultura da Sereia Guerreira são os símbolos desta praça.
Como eu expliquei no início desse post, a origem do nome de Varsóvia veio dessa sereia.
A Praça do Mercado era o local de trocas de mercadorias, julgamentos e outros eventos públicos. Depois de sofrer graves incêndios, a praça histórica foi completamente destruída pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O Museu de Varsóvia fica aqui na Praça do Mercado e nele estão expostas as fotografias que mostram como a praça ficou depois dos bombardeios.
A praça foi minuciosamente reconstruída depois da guerra. Atualmente, todas as casas coloridas são reconstruções, e foram baseadas nas pinturas de um artista polaco. Apenas três casas são construções originais.
Turisticamente falando, a Praça do Mercado é a área mais agitada de Varsóvia. Ao redor tem bares, restaurantes e lojinhas de souvenirs. Nas ruas laterais, artistas locais exibem seus trabalhos e há várias apresentações de músicos de rua.
Até chegar na Praça do Mercado, a gente caminha por vielas medievais. É um emaranhado de ruas estreitas de arquitetura belíssima. Parece que estamos em um filme.
Barbacã e a Muralha de Varsóvia
Essa é a parte medieval de Varsóvia. As origens da cidade remontam à Idade Média, por isso existia uma muralha cercando o centro histórico, que era um burgo.
No século 15, começaram a ser construídas as muralhas de Varsóvia, com o objetivo de proteger a cidade de ataques externos. Para isso, também foi construída uma fortaleza defensiva (a Barbacã) que servia como torre de vigilância e também como principal porta de entrada de Varsóvia.
Em 1540, um arquiteto renascentista italiano projetou essa barbacã de 30 metros de comprimento. Apesar da sua imponência, ao longo da história de Varsóvia foi utilizada apenas uma vez, para defender a cidade da invasão da Suécia em 1656.
Hoje em dia, apenas uma pequena parte da muralha está de pé. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela e a Barbacã foram destruídas quase que completamente pelos ataques nazistas. Anos depois, foram reconstruídas usando os tijolos originais que puderam ser recuperados dos escombros.
A Muralha começa na Praça do Castelo e vai até a Barbacã, que fica perto da Praça do Mercado. Dá para seguir a muralha caminhando, é muito interessante e agradável. São 500 metros de extensão, cerca de 7 minutos de caminhada. A gente passa por áreas residenciais e regiões de bastante comércio para turistas, tipo restaurantes e lojinhas de souvenirs.
Em Cracóvia também tem uma Barbacã, para ver CLIQUE AQUI
Basílica de Varsóvia (Catedral de São João)
Endereço: Rua Świętojańska, 8 - Centro Histórico.
A Basílica de Varsóvia é a igreja mais antiga da cidade. Foi construída no século 14. É considerada Patrimônio Mundial da UNESCO por sua beleza arquitetônica.
Ao longo dos séculos, sediou as cerimônias de coroação dos monarcas polacos, abrigou relíquias da Coroa e é o lugar onde estão enterradas importantes figuras históricas. A catedral está conectada com o Castelo Real desde o século 17 através de um túnel que foi construído após a tentativa de assassinato do rei Sygmunt III durante uma missa.
Durante o Levante de Varsóvia de 1944, os nazistas entraram na catedral com um tanque de guerra, provocando danos irreparáveis. As explosões no interior e no exterior acabaram com 90% da catedral, que foi reduzida a escombros. Com o final da Segunda Guerra Mundial, a cidade de Varsóvia começou a ressurgir das cinzas. A fachada exterior da catedral foi reconstruída a partir de ilustrações do século 14, e no interior foi feita uma cópia da abóbada estrelada da antiga igreja.
Dentro da catedral há também diversos sepulcros, entre eles estão vários duques da Mazóvia, o último rei polaco Estanislau II e o Prêmio Nobel de Literatura Henryk Sienkiewicz.
As margens do rio Vístula
Descendo as escadarias que ligam a cidade velha ao rio Vístula, a gente chega no calçadão que vai margeando o rio bem perto da água. É um lugar muito bonito, limpo e seguro, onde as pessoas passeiam e praticam esporte.
** Se você não quiser usar as escadarias, tem um funicular (tipo um bondinho) que liga a Praça do Castelo às margens do rio Vístula.
Do outro lado do rio, a gente vê uma pequena faixa de areia, que é a “praia” de Varsóvia.
O calçadão é uma enorme “promenade”, com píer, cafés, bares e restaurantes e espaços de lazer. Eu gostei bastante de caminhar por lá, principalmente à tardinha. Achei bem agradável. Atração perfeita para a primavera e verão.
Norodowy, o estádio de Varsóvia.
Do outro lado do rio fica o bairro de Praga. Era o antigo bairro comunista, hoje um distrito hipster, a zona mais alternativa da cidade.
O rio Vístula tem papel importante na história que deu origem ao nome de Varsóvia. Afinal, a sereia chegou na cidade através dele! No início desse post eu contei sobre a lenda da sereia.
No Boulevard Smitha Pattona, fica também o Museu de Arte Moderna.
Os Levantes de Varsóvia
Vou falar aqui de 2 revoltas históricas, que apesar de terem nomes semelhantes, foram eventos com objetivos diferentes:
- O Levante do Gueto de Varsóvia (1943) Judeus contra nazistas.
- O Levante de Varsóvia (1944) Povo de Varsóvia em geral contra os alemães.
Na Alemanha, o nazismo chega ao poder. Hitler possuía a ambição de retomar os territórios perdidos durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1º de setembro de 1939, ordenou a invasão à Polônia. Em pouco tempo, a cidade de Varsóvia foi tomada. Os nazistas perseguiram os judeus que foram obrigados a viverem nos guetos.
Havia duas guerras acontecendo ao mesmo tempo: a guerra da Alemanha contra a Europa e a guerra de Hitler contra os judeus.
Levante do Gueto de Varsóvia
Em 1943, aconteceu o Levante do Gueto de Varsóvia, que foi um ato de resistência judaica. Nessa altura, cerca de 300 mil das 380 mil pessoas que viviam confinadas no gueto (bairro cercado por muros) já tinham sido levadas para o campo de extermínio e mortas. Os judeus restantes sabiam o que os esperavam, e muitos deles preferiam morrer lutando em vez de morrerem em uma câmara de gás.
Os nazistas responderam detonando as casas e matando todos os judeus que viam pela frente. O fim do levante aconteceu dias depois, com a destruição da sinagoga e com o gueto em ruínas.
Para ler sobre o Gueto de Cracóvia CLIQUE AQUI
Levante de Varsóvia
Em 1944, veio o Levante de Varsóvia, que foi o resultado de uma ação coordenada. Foi uma luta armada no qual o Exército Clandestino Polaco tentou libertar Varsóvia do controle da Alemanha nazista. Alguns dos combatentes da revolta do Gueto de Varsóvia fizeram parte dessa luta também. A brutalidade da resposta das forças alemãs foi semelhante nos 2 casos.
“O Levante de Varsóvia foi considerado uma lição de valentia e nobreza dos cidadãos varsovianos, que foram os únicos que se rebelaram contra os nazistas na Europa.” Disseram os jornais na época.
No dia 1º de agosto de 1944, começaram os conflitos que duraram por mais de 2 meses. Durante os primeiros dias, os alemães sofreram muitas baixas e os varsovianos passaram a controlar vários pontos estratégicos do centro da cidade. Mas os nazistas estavam mais bem preparados e tinham armas mais poderosas, então saíram na vantagem.
Os varsovianos lutaram heroicamente por 63 dias, mas isso teve consequências terríveis. No dia 2 de outubro de 1944, Hitler deu a ordem de destruir Varsóvia e a cidade foi completamente arrasada. Após a rendição das forças polacas, as tropas alemãs destruíram literalmente quarteirão a quarteirão. Com os danos provocados desde 1939, mais de 85% da cidade ficou destruída.
Cerca de 15 mil rebeldes foram capturados e mandados para vários campos de concentração espalhados pela Europa, principalmente para Auschwitz na Polônia. Lá foram executados.
Eu visitei o campo de concentração de Auschwitz CLIQUE AQUI para ver
E como se não bastasse tudo isso, com o final da Segunda Guerra em 1945, os soviéticos (que estavam de tocaia só esperando a Alemanha perder a guerra), finalmente ultrapassaram as fronteiras e tomaram Varsóvia. Aí começou o considerado "maldito regime comunista" que perdurou de 1947 à 1989 (42 longos anos).
Museu do Levante de Varsóvia
A história de Varsóvia é marcada por fatos tenebrosos. A cidade sofreu nas mãos dos nazistas, e quando acabou a Segunda Guerra, sofreu com a ocupação da União Soviética e do regime comunista.
Para contar tudo isso, existe o Museu do Levante de Varsóvia, que reúne objetos relacionados com o levante e fotografias que capturam o que aconteceu naqueles dias. A coleção consiste em armas, uniformes, cartas de amor, gravações de áudio, objetos e muito mais. O museu mostra com exatidão como a insurreição foi vivida e como a vida dos varsovianos foi marcada para sempre.
Já a última parte do museu fala sobre a ocupação do regime comunista, que veio depois dos nazistas.
Dicas de Hospedagem
Quando procurei hospedagem em Varsóvia, a maioria das ofertas que apareceram pra mim foram de Airbnb. À princípio, fiquei meio apreensiva de pegar hospedagem assim num lugar tão desconhecido pra mim, mas confiei nos comentários dos hóspedes, e os comentários eram muito bons.
Realmente foi uma boa! Fiquei muito satisfeita. Peguei um studio na rua Nowy Świat, que é a rua mais charmosa de Varsóvia. Falei bastante dela no início desse post. A rua tem tudo. É ótima para se hospedar. Ela é cheia de lojas, restaurantes e charmosas cafeterias. É uma rua movimentada. Passa bastante transporte público. É fácil de chegar, tem supermercadinhos, bastante comércio, e fica perto de tudo. Eu fui a pé para todos os pontos turísticos.
Se você não conseguir lugar na rua Nowy Świat, pegue algo pelos arredores, porque é uma região realmente muito boa.
Fiquei hospedada no Aparthotel Esencja Warszawy Nowy Świat. Para visitar o site CLIQUE AQUI Ótimo quarto, banheiro grande, camas confortáveis. Fui no verão e tinha ar condicionado. O lugar é um charme, eu amei.
Na minha pesquisa de hospedagem, também apareceram apartamentos perto da margem do rio Vístula, próximos à Universidade, na rua Lipowa. Nas minhas caminhadas pela cidade, passei na porta só para ver como era o lugar. Gostei bastante também. Se essa oferta aparecer pra você, pode pegar porque o lugar é bom. Fica numa área mais residencial de Varsóvia. Deve ter muitos estudantes morando por ali.
Apartamentos perto do rio Vístula, próximos à Universidade, na rua Lipowa.
E por último, quero dar uma 3ª dica: Precisei dormir 1 noite perto do aeroporto de Varsóvia por causa do horário do meu voo. Então fiquei hospedada no Hotel Hampton By Hilton Warsaw Mokotow. Para visitar o site CLIQUE AQUI Hotel muito bom, quarto grande, tudo novinho, ótimo café da manhã. Tem restaurante no térreo. Mas como fica ao lado do aeroporto, é longe de tudo e do centro turístico. Recomendo ficar hospedado nele só se precisar pegar voo muito cedo da manhã, que foi o meu caso.
Hotel Hampton By Hilton Warsaw Mokotow.
Comida Típica
Estando na Polônia, não deixe de provar os dumplings (ou Pierogi). É tipo um pastel cozido muito consumido no Leste Europeu e de origem provavelmente asiática. A massa (que pode ser feita de trigo, arroz ou batata) é frita, cozida ou assada. O recheio pode conter carne ou só legumes. O recheio pode ser tanto doce como salgado.
Em Varsóvia, comi dumplings no restaurante Zapiecku. Mas tem muitos outros restaurantes que servem dumplings.
Leia também:
Tudo sobre Cracóvia, uma das cidades mais bonitas da Polônia e da Europa
Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.