Québec - Canadá
- Sobre a cidade
- Château Frontenac
- Terrasse Dufferin
- Fort Saint Louis
- Place D' Armés
- O Funicular e a Escadaria quebra pescoço
- Quartier Petit Champlain
- Rue Saint Louis
- Hôtel du Parlement
- Observatório Ciel!
- Parque Plaines d' Abraham
- Citadelle
- Terrasse Saint Denis
- Marché du Vieux Port
- Uma Nevasca!
** Esse post faz parte de uma série que escrevi sobre minha viagem ao Canadá, onde passei 20 dias e conheci 7 cidades: Toronto, Niagara, Kingston, Gananoque, Ottawa, Montréal e Québec.
Sobre a cidade
Québec é a cidade mais francesa do continente americano. Aqui é mais comum ver o símbolo da flor de lis do que a tradicional folha de maple da bandeira canadense.
Cerca de 95% da população da cidade tem o francês como língua materna e todos se orgulham muito desta herança.
Fundada em 1608 pelo francês Samuel de Champlain, Québec é uma das mais antigas cidades construídas por europeus na América do Norte. Até hoje é a capital da cultura francesa nas américas.
Os primeiros imigrantes se fixaram às margens do rio São Lourenço para estabelecerem o comércio de peles, pela abundância de animais selvagens que havia na região. Ali, onde hoje se encontra a Cidade Baixa, os franceses construíram suas primeiras moradias, algumas presentes até hoje.
Conforme a colonização francesa foi expandindo seus limites, acabou sob domínio britânico (após a Guerra dos Sete Anos, que resultou no fim da soberania francesa no território) e recebendo ingleses, escoceses e irlandeses em massa como imigrantes.
Mas os franceses não aceitaram de fato o tal controle. Por isso mesmo, o grande slogan da província — inclusive presente nas placas dos carros e nos principais monumentos — é “Je me souviens” (“Eu me lembro”), representa uma espécie de protesto do tipo: "Apesar do domínio inglês, eu ainda sou francês".
Québec foi a cidade que mais senti frio no Canadá. Fui em abril, na primavera, mas isso não quer dizer nada. Estava tão frio como no inverno. Ainda tinha muita neve acumulada na frente das casas.
E os avisos chegavam pelo SMS:
** Para quem gosta de recomendação, o hotel que ficamos em Québec é esse, Chez Hubert Bed & Breakfast. Link www.chezhubert.com/?lng=en#contact
O passeio pela cidade não pode começar diferente, tem que ser pelo magnífico Château Frontenac.
Château Frontenac
O Château Frontenac foi um dos hotéis/castelos construídos pela Canadian Pacific Railway, a maior companhia ferroviária do Canadá, entre o final do século 19 e o começo do século 20. O objetivo dessas construções de hotéis luxuosos era incentivar o turismo de alta classe, e assim, o transporte de passageiros nos trens da companhia.
O Château Frontenac leva esse nome em homenagem ao Conde de Frontenac, que foi governador do estado no século 17. É considerado um dos hotéis mais fotografados do mundo e se tornou o símbolo de Québec. Olha eu aí no coreto, pequenininha perante essa beleza toda.
O Château possui 650 quartos distribuídos por várias torres. É o melhor hotel da cidade, e um dos mais luxuosos do país. O que mais chama a atenção é o magnífico telhado de cobre verde, que mede cerca de 77 metros de altura. O útlimo andar abriga um observatório, que oferece uma vista espetacular de muitos quilômetros do rio São Lourenço.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Franklin Roosevelt (presidente dos Estados Unidos), Winston Churchill (primeiro-ministro do Reino Unido) e William Mackenzie (primeiro-ministro do Canadá), reuniram-se em Québec para discutir o rumo da guerra, hospedando-se no Château Frontenac, onde eles e outras pessoas foram os únicos hóspedes permitidos no hotel, por questões de segurança.
O hotel é administrado pela companhia Hotéis e Resorts Fairmont, cuja sede está localizada em Toronto. No ano 2000, a Fairmont vendeu o Château Frontenac para a Legacy Hotels REIT por $185 milhões de dólares canadenses. Entretanto, a Fairmont tem um contrato de administração de longo período.
Terrasse Dufferin
É o calçadão que fica em frente ao Château Frontenac. É todo de madeira, ideal para caminhar ao ar livre. No verão, há muitos artistas de rua fazendo apresentações por ali.
No Terraço Dufferin tem esse tobogã para as pessoas escorregarem, mas só no verão!
Durante boa parte do ano, o terraço Dufferin fica coberto de neve.
Essa calçada de madeira “esconde” o Fort Saint Louis. Vou falar dele agora.
Fort Saint Louis
Na verdade, são apenas ruínas. Fica debaixo do terraço Dufferin e a gente vê através de um vidro que fica na calçada de madeira.
O Chateau St. Louis foi a residência oficial do governo francês na época que Québec ainda era "Nova França". O primeiro castelo foi construído em 1648, mas passou por várias modificações depois disso. O prédio foi gravemente danificado durante o cerco de Québec, quando a cidade passou para mãos britânicas. Depois foi substituído por uma série de terraços. O lugar do Fort Saint Louis agora é ocupado pelo hotel Château Frontenac.
Place D' Armés
Fica ao lado do Château Frontenac. Ao redor dessa praça há muitos bares, restaurantes e lanchonetes. As ruas nos faz lembrar de Paris. No verão, a Rue du Tresor é cheia de artistas de rua e desenhistas que ficam fazendo trabalhos na hora e tentando vender aos turistas, como na Praça de Mont’Martre em Paris.
Esse prédio lindo (abaixo) fica na praça e nele funciona repartições públicas.
O Funicular e a Escadaria quebra pescoço
O centro histórico de Québec tem dois níveis: cidade alta e cidade baixa, conectados por um funicular. É uma subida bem rápida e baratinha, 3 dólares. Ele tem 2 estações, uma no terraço Dufferin e a outra lá embaixo no Quartier Petit Champlain.
Mas esse trecho também pode ser feito pela escadaria que fica ao lado. A escadaria em francês se chama Casse-Cou “Quebra pescoço”. É claro que o nome assusta, kkkkk. Então fique atento ao usá-la rs. Mas é tranquilo, é uma escadaria comum. Nem sei porque tem esse nome.
Lá embaixo, o Quartier Petit Champlain.
Quartier Petit Champlain
A parte antiga da cidade de Québec é a cara da Europa! As ruas são de paralelepípedo e as construções, muitas dos séculos 17 e 18, são todas de pedra. Uma arquitetura histórica e transformada em lojas de arte e restaurantes.
Esse pedaço histórico da cidade baixa possui dezenas de butiques, cafés, bistrôs e ateliês de artistas. Aqui vc visita os cantinhos mais fofos da cidade.
A rua Sous-Le-Fort é uma das mais bonitinhas e típicas. Dela dá pra ver o funicular lá no fundo.
A Basílica Notre-Dame-des-Victoires é a sede do arcebispado da Igreja Católica de Quebec. É a paróquia mais antiga da América do Norte, finalizada em 1723. Ela é tão importante para a história de Québec, que foi considerada um monumento histórico em 1929.
A Catedral foi destruída várias vezes por motivos diversos, a última vez foi num incêndio em 1922. A reconstrução seguiu os detalhes da original de 1647.
A Place Royale é a praça onde fica a Basílica Notre-Dame-des-Victoires. Foi onde Samuel de Champlain fundou sua casa, em 1608. Ela é um dos locais mais antigos da cidade e que representa muito bem como era a "Nova França". Ao redor dela tem diversas construções que transmitem uma atmosfera francesa no Canadá.
Na Rue Notre Dame, há um mural na parede de uma loja, tipo um afresco, produzido pela Comissão Cultural de Québec e inaugurado em 17 de outubro de 1999. A pintura conta a história da cidade, permitindo reconhecer a arquitetura, as fortificações e as escadas. O Fresque des Québécois como chama o mural, presta homenagem a quinze figuras históricas e homenageia dezenas de autores e artistas em suas janelas evocativas.
Rue Saint Louis
De volta à parte alta da cidade, caminhamos pela Rue Saint Louis, que é linda e bastante típica. Ela começa bem ao lado do Château Frontenac.
Québec é a única cidade murada da América do Norte. Na época em que a cidade nasceu, era muito importante defender o território. Então foi construído um enorme muro para sua proteção, com 4,6 km de extensão localizados na parte alta da cidade.
Caminhando pela rua Saint Louis, a gente atravessa o Porte Saint-Louis, que é um portal que dava acesso às muralhas. É um lugar muito bonito da cidade alta.
Olha o portal Saint-Louis lá no fundo.
Estava tão frio, que a água congelou formando estalactites no teto do portal de Saint Louis kkk.
Assim que a gente atravessa o portal Sain Louis, a rua muda de nome e se torna Grande Allée Est, que é linda também.
A rua Grande Allée Est.
Na rua Grande Allée ficam 3 pontos turísticos importantes: o Hôtel du Parlament, o Musée des Plaines d’Abraham e a torre de observação do hotel Le Concorde. Vou falar deles à seguir.
Na frente do Musée des Planes d'Abraham tem um gramado lindo, mas estava congelado quando eu fui.
Hôtel du Parlement
Aqui nesse prédio funciona o parlamento do estado de Québec (o estado e a cidade têm o mesmo nome). O prédio também é chamado de Assemblée Nationale.
Assim como em Ottawa, aqui também tem esculturas de mulheres na frente do Parlamento. Uma homenagem à luta feminina por direitos iguais, que no Canadá é muito forte.
O parlamento é aberto ao público, tem acesso gratuito e visitas guiadas em francês e em inglês. Nós fomos e aprendemos bastante sobre como funciona a administração política do Canadá e de Québec.
Todos os acalorados discursos e pronunciamentos no Parlamento são feitos em francês.
Observatório Ciel!
Em muitos guias turísticos da cidade de Québec encontramos recomendações para subir no Observatoire de La Capitale, localizado no 31º andar do edifício Marie-Guyart Building, para ter uma vista panorâmica da cidade.
Mas eu recomendo uma coisa bem melhor!
No topo do Hotel Le Concorde, tem o restaurante Ciel!. Fica na Rua Grande Allée na altura do número 575.
O restaurante é uma delícia e gira 360° enquanto a gente come ou toma um café. Esse giro dura cerca de 1 hora, tempo suficiente para vc fazer seu pedido, comer e bater fotos maravilhosas. A gente não paga para subir. Só paga o que consumir e os preços não são abusivos.
Atrás de nós, o prédio do Observatório de la Capitale.
Ao longe, o Château Frontenac.
À direita, a Citadelle e o parque Plaines d'Abraham coberto de neve.
Jardim Joana d'Arc.
No canto direito, a igreja Saint-Coeur-de-Marie.
Nós amamos tanto que voltamos para jantar e comemorar meu aniversário. (Tem que fazer reserva antes)
O Pôr-do-Sol.
A rua Grande Allée e o Rio São Lourenço lá no fundo.
A rua Grande Allée, o Hotel Le Concorde e o restaurante Ciel no topo.
Presentes que a Lígia teve a delicadeza de comprar pra mim durante a viagem (sem eu ver!) e me dar de aniversário no dia!
Parque Plaines d’Abraham
O parque Plaines d’Abraham (ou Parque des Champs-de-Bataille) foi onde o futuro do Canadá foi decidido, numa batalha entre ingleses e franceses. Em 1759, os ingleses venceram os franceses confirmando o controle da Grã Bretanha sobre o Canadá.
Esse local era conhecido como Planície de Abraão, hoje é um grande parque urbano, com uma área de lazer para a população local.
Citadelle
A cidade de Québec é o testemunho histórico de batalhas travadas entre França e Inglaterra para conquista desse território, e a Citadelle é a prova viva disso.
É uma fortaleza construída no século 16 com o objetivo de proteger Québec de um possível ataque norte-americano (o que de fato nunca ocorreu). Sua construção é em formato de estrela, que chama atenção de todos.
** Foto da internet.
Hoje a Citadelle ainda é um quartel militar ativo. Podemos visitá-lo, sempre acompanhado de um guia local e respeitando a rotina diária dos soldados. No verão acontece todos os dias, a troca da guarda.
A frase de protesto que eu expliquei no início desse post.
A Citadelle faz parte das muralhas que circulam a cidade antiga de Québec. Essas muralhas possuem 4km de extensão. Dá pra chegar na Citadelle através da rua Grande Allée (portal de Saint Louis) ou através das muralhas, partindo do canto do Terrase Dufferin (atrás do Tobogã). Mas esteja preparado para uma longa caminhada que, inclusive, envolve muitas escadas.
A vista lá de baixo é a do porto do Rio São Lourenço.
Terrasse Saint Denis
Estando na rua Saint Louis, um pouco antes de chegar no portal, pegue a rua d’Auteuil e depois a Avenue Saint Denis. Você chegará no Terrasse Saint Denis, uma pequena praça com a melhor vista de Québec na minha opinião. Fica aos pés da Citadelle, mas não dá pra chegar através dela. Tem que ser pela rua d'Auteuil mesmo.
Marché du Vieux Port
Para chegar no mercado municipal de Québec, decidimos ir à pé, partindo da Place Royale na cidade baixa.
A Praça Royale, com uma bela vista do Château Frontenac.
Pegamos a Rue Dalhousie e passamos pelo Museu de La Civilisation.
A neve acumulada estava quase cobrindo os bancos da praça kkkkk
Museu de la Civilisation.
Depois pegamos a rua Saint- Paul e a rua Sault-au-Matelot. Eu recomendo esse caminho porque a gente passou por lojinhas lindas, antiquários e cada cantinho fofo!
Praça La Vivrière.
La Vivrière é essa escultura que lembra proa de navio. Tem o significado aqui de espantar a fome, uma parte cultural da história remota de Québec.
Enfim, chegamos no Mercado! Ele fica numa região de pier, mas não tinha barcos ancorados porque estava tudo congelado! É um lugar lindo, imagino que no verão deve ser bastante agitado.
O Pier congelado.
** Interior do Mercado. Foto da internet.
No mercado almoçamos Poutine, que é um prato bem tradicional do Canadá. Foi criado em Québec, mas é consumido em todo o país. É feito de batata frita com coalhada e queijo cheddar, cobertos com um molho bem quente, que pode ter carne moída ou não.
Uma Nevasca!
Aqui terminou nossa temporada de 20 dias no Canadá. Mas não foi tão simples ir embora. Pegamos uma nevasca no aeroporto, justamente no dia de voltar pra casa, e o vôo teve que ser cancelado.
Passamos mais uma noite em Québec, dessa vez num hotel mais simples perto do aeroporto. Nevava tanto que nem pudemos sair do hotel naquela noite! Mas finalmente, no dia seguinte, deu tudo certo. Apesar da neve na pista, decolamos bem e o vôo pra casa foi dentro do esperado.
Assista ao vídeo abaixo:
Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.