As Pirâmides de Gizé - Egito
As pirâmides de Gizé são o símbolo do Egito Antigo. Elas sempre estiveram presentes no imaginário ocidental como uma das Sete Maravilhas do Mundo. Veja lista das 7 Maravilhas do Mundo Antigo
** Dentre as 7 maravilhas do Mundo Antigo eu conheci também o Farol de Alexandria e o Colosso de Rhodes na Grécia.
Mas as Pirâmide de Guizé são de longe a mais antiga das maravilhas e a única que ainda existe. Elas foram construídas por volta do ano de 2.550 antes de Cristo!
Visitar o Egito e não visitar as pirâmides, é como se não tivesse ido.
As Pirâmides de Gizé e outras construções piramidais egípcias foram construídas para abrigar os restos mortais dos faraós falecidos que governaram o Egito Antigo. Acreditava-se que uma parte do espírito do faraó, chamada ka, permanecia com seu cadáver. O cuidado adequado com os restos mortais era necessário para que o faraó depois de morto pudesse executar suas novas funções como o rei dos mortos. De acordo com essa teoria, as pirâmides não só serviam como um túmulo para o faraó, mas também como local de armazenamento para os vários itens que ele iria precisar na vida após a morte.
O complexo das pirâmides consiste em um templo funerário para o rei, para a rainha e filhos, além de túmulos dos sacerdotes e pessoas do governo, animais, utensílios enfim, uma verdadeira cidade para os mortos. Durante as escavações foram encontrados até navios!
Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Rio Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.
Assista ao vídeo abaixo:
Quando cheguei no Cairo, pensei que as pirâmides de Gizé ficavam no meio do deserto do Saara, isoladas das cidades e bem afastadas da civilização. Mas não! Elas fazem parte da paisagem do Cairo. Enquanto andamos pelas ruas da cidade, podemos avistar as pirâmides relativamente perto de nós. Elas ficam a 9 km indo para o interior do deserto, e cerca de 25 km do centro da cidade do Cairo.
A foto abaixo eu bati da varanda do nosso hotel no Cairo. À distância, as pirâmides ficam encobertas por uma poeira de areia vinda do deserto. Esse é o Rio Nilo. Vou falar mais dele em outro post.
Dá para chegar nas pirâmides de carro, mas nós queríamos passar pela experiência de ir de camelo! Então pedimos para nossa agência de viagem contratar esse serviço para nós. O guia nos levou até um bairro que ficava na periferia do Cairo, afastado do centro. Ali já era o limite de onde a cidade terminava e o deserto começava, muito legal!
A região é cheia de moradores que possuem camelos e prestam serviço para as agências de turismo. A van da agência nos levou até lá, o guia combinou tudo, hora de chegada de volta, e no fim da tarde, ele estava lá para nos levar de volta ao hotel.
À partir desse momento, fomos deixados nas mãos do dono dos camelos, que passou a ser nosso guia então. Antes de partir para o deserto, ele nos explicou o trajeto que iríamos fazer mostrando tudo em um painel de madeira que ele mesmo fez. O inglês desse senhor era péssimo, mas era o que tínhamos, kkkk. Mas deu tudo certo no final.
* Leve água e lanche numa mochila. O passeio é longo e não tem lugar que venda no caminho.
O nome do guia era Ismael. Na verdade era um nome "ocidental" que ele escolheu para ser chamado, porque os turistas não conseguiam pronunciar seu nome egípcio.
E aí a aventura começa! A gente entra no deserto do Saara e o Cairo vai ficando para trás.
A paisagem muda totalmente, afinal deserto é deserto! O Saara tem uma areia grossa e amarelada, e é cheio de pedras, tipo um cascalho grosso.
A cavalgada é longa, dura uns 50 minutos, porque o camelo anda muito devagar, afffff. Não tem muito o que ver no deserto além de areia, então a gente passa o tempo todo tirando foto da nossa sombra mesmo, rs. Ahhh mas é lindo não é!
Então as pirâmides aparecem! É uma emoção! A gente vê as pirâmides enquando andamos pelas ruas do Cairo, mas vindo através do deserto é outra vista, outra sensação, uma emoção inexplicável mesmo, sem exagero.
Aí meu caro, dá-lhe foto!!! A câmera chega a sair fumaça de tanta foto! Como ficar indiferente diante de uma visão dessa?
Parece perto, mas ainda está longe das pirâmides, principalmente no ritmo que os camelos andam. Então aqui, o guia fez uma parada para os camelos descansarem (e nós também, porque andar de camelo cansa viu!) Eles balançam muito, chacoalham a gente para frente e para trás o tempo todo. Aí você me pergunta, vale à pena? Clarooooo que sim!!!
Esse local é estratégico para uma pausa, principalmente por causa da vista, que enquadra todas as pirâmides de uma só vez. Outros grupos de outros guias vão parando ali também.
O guia não sabia falar inglês muito bem, mas foto ele batia bem até demais!!! Ahhhh que bom!
O complexo de Gizé é um sítio arqueológico que possui 9 pirâmides (3 maiores e outras 6 menores):
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A pirâmide maior se chama Quéops.
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A um pouco menor é a pirâmide de Quéfren. Ela tem um revestimento de pedras diferentes na sua ponta.
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A relativamente mais modesta é a pirâmide de Miquerinos.
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E no meio de todas as pirâmides fica a Esfinge.
Fotos Wikipedia.
Quando a gente se aproxima, vemos o quanto é impressionante a construção. Os blocos de pedras são enormes. Imagina o trabalho que foi para construir tudo aquilo!
A gente pode subir nas pirâmides!!! Mas não abuse! Escale algumas pedras, tire fotos rapidamente e desça. Há sempre muitos policiais por perto tomando conta de tudo. Infelizmente ao longo dos anos, à medida que as tumbas foram sendo descobertas, houveram muitos saques, roubos e violações. Então a polícia tem que cuidar mesmo.
De acordo com os historiadores, para garantir que as pirâmides ficassem simétricas, as pedras do revestimento exterior tinham que ser milimetricamente iguais em altura e largura. Durante a construção, as superfícies externas das pedras de calcário eram lisas, mas com o passar do tempo, elas foram sofrendo erosão e os blocos de pedra bruta foram ficando mais visíveis.
A Grande Pirâmide (Quéops) tem 146,6 m de altura e foi construída cerca de 2.550 a.C para o faraó Quéops, no auge do antigo reinado. Ela é a maior de todas as 80 pirâmides do Egito. Foi a estrutura mais alta do mundo feita pelo homem até a Idade Média.
Todos os quatro lados são praticamente do mesmo comprimento, com uma exatidão impressionante. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na matemática e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram apenas caçadores ou andarilhos.
Por causa do ângulo, parece que a Quéfren é maior que a Quéops. Mas não! A Quéops foi construída em um terreno mais baixo, mas suas dimensões são bem maiores.
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Na verdade Quéops, Quéfren e Miquerinos eram faraós Pai, Filho e Neto. Então o tamanho das pirâmides obedecia essa hierarquia de tamanho, idade e poder.
Dizem que Quéops era um faraó tirano. Tratava seu povo como escravo e os obrigava a trabalhar de graça, apena em troca de comida. Era um trabalho exaustivo. Porém, escrituras encontradas também mostraram que era uma honra para o povo trabalhar numa obra tão grandiosa como aquela, em que preparava o faraó para sua vida após a morte junto aos deuses.
Fato é que foram necessários 30 mil trabalhadores ao longo de mais de 50 anos para construir a Grande Pirâmide. Foram usados mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada um pesando em média duas toneladas e meia. Existem muitas ideias diferentes sobre o modo de construção destas pirâmides. Muito provavelmente os blocos eram colocados sobre trenós de madeira e arrastados ou puxados sobre uma longa rampa.
A esfinge é uma escultura com cabeça de humano e corpo de leão, uma figura mitológica quardiã das pirâmides. Os historiadores chegaram a conclusão de que a cabeça da esfinge é a do faraó Quéfren.
Informações Importantes
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O ingresso custa 120EGP e inclui somente a visita externa às pirâmides e a entrada à tumba de Seshemnufer IV.
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400EGP para visita externa + Queops.
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Somente a visita a Queops é 300EGP.
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Tem outra tumba que pode ser visitada GRATUITAMENTE, onde descemos por uma estreita passagem até chegar à câmara mortuária. É bastante claustrofóbico! Fique atento: são distribuídos somente 300 ingressos por dia no Verão e 500 no inverno, em dois lotes, um cedo pela manhã e outro à tarde.
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Todas as tumbas estão vazias! As múmias não ficam mais lá. Estão em museus espalhados pelo mundo todo. O que encontramos no interior das pirâmides são apenas os sarcófagos (o invólucro das múmias, tipo o “caixão” dos faraós).
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Não pode tirar fotos no interior das Pirâmides.
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Há ainda o Museu do Barco de Queóps 60EGP que abriga a barca usada para cruzar o Nilo com a múmia do faraó e enterrada próximo a pirâmide para servir de passagem para a vida após a morte.
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Quem quiser fazer o passeio clássico de camelo, custa 100EGP por meia hora. Nós contratamos o serviço diário de camelos, por isso o preço que pagamos foi mais caro. Mas para quem chega nas pirâmides de ônibus de turismo ou de van e quer andar de camelo, o preço por meia hora é esse.
O paradeiro do corpo de Quéops é desconhecido, bem como os tesouros enterrados com ele. A pirâmide foi roubada há alguns milhares de anos. Todos os faraós do Egito foram vítimas de ladrões de túmulos infelizmente. Exceto um, chamado Tutancamon. Os tesouros de ouro maciço da tumba de Tutancâmon foram descobertos em 1922. Hoje eles estão preservados e expostos no Museu do Cairo. Estivemos lá para visitar essa maravilha arqueológica. Leia no meu post sobre o Cairo → Clique AQUI
Curiosidade:
Saqqara é um complexo famoso por abrigar a Pirâmide de Djoser (a pirâmide escalonada construída em degraus) que é considerada a primeira pirâmide do mundo e a grande estrutura de pedra mais antiga. Sua importância está no fato de ter sido a origem da construção das Pirâmides de Gizé e do resto das pirâmides egípcias.
Saqqara (pronuncia-se Sacará) é um sítio arqueológico que fica a 30 Km da cidade do Cairo e também merece muito ser visitado. Para ler sobre as Pirâmides de Saqqara clique AQUI
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Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.