Nápoles - Itália
- Primeiras impressões
- Castel dell'Ovo
- Piazza del Plebiscito
- Galleria Umberto I
- Castel Nuovo
- O Limoncello
- Castel Sant'Elmo
- Origem do sorvete napolitano
- A Duomo de Nápoles
- Os Cortiços
- Nápoles, a Terra da Pizza
- Os Tomates
- Passeios próximos de Nápoles
Primeiras impressões
Eu li isso em outros blogs e concordo totalmente: se a gente precisasse resumir em poucas palavras quais as principais características de Nápoles, diríamos que é uma combinação de belezas naturais, calor humano, agitação e uma certa dose de perigos urbanos. Ou seja, é um lugar onde brasileiros sentem-se em casa!
A cidade é famosa pela máfia Camorra (bem ao estilo do filme “O Poderoso Chefão”) que existe até hoje, mas com menos poder do que no passado claro.
Nápoles é caótica, principalmente por causa do trânsito. Lá eles dirigem em alta velocidade, buzinam muuuito e simplesmente ignoram o sinal vermelho. Atravessar a rua por lá é uma aventura perigosa.
Pensa no estereótipo de um italiano... O que vem a mente é uma pessoa que fala alto, gesticula muito, é totalmente sentimental (que chega a ser trágico kkkk), e que come macarronada no domingo com a família toda à mesa ouvindo o “funi funi funi culá”. Esse é praticamente o estereótipo de um Napolitano!
Nápoles desde a época medieval, é considerada uma das maiores metrópoles europeias. É a terceira cidade mais populosa da Itália depois de Roma e Milão. Nápoles é a capital da região da Campânia e uma das cidades mais antigas do país. Leva a fama internacional por ser a terra onde nasceu a pizza!
Nápoles é um grande pólo do sul da Itália. Turisticamente falando, a cidade é o melhor ponto de partida para conhecer outras cidades e regiões ao redor. A gente se hospeda em Nápoles, aluga um carro (super recomendo!!!) ou usa as Aliscafis (balsas de alta velocidade) que saem do porto em direção à toda Costa Amalfitana. São passeios imperdíveis nessa região do Mar Tirreno.
Aliás, vou falar desses passeios que saem de Nápoles e dá até para fazer em um dia, tipo bate-volta, que são: subir no vulcão Vesúvio, visitar as ruínas de Pompéia e conhecer a Ilha de Capri. Falei separadamente de cada passeio. Os links estão no fim desse post.
Mas esse post é sobre Nápoles, e vou contar o que conheci na cidade.
Castel dell'Ovo
Começamos nosso passeio por Nápoles visitando o Castel dell'Ovo. Para explorar essa região da marina e do centro de Nápoles, estacionamos o carro e fizemos tudo à pé.
O Castelo dell'Ovo é um forte medieval que fica numa ilha em frente ao distrito de Santa Lucia, ligado à terra firme por uma ponte. O castelo se destaca na paisagem do Golfo de Nápoles.
Construído no século 12, foi utilizado por vários governantes e resistiu a diversos ataques ao longo dos anos. Já foi uma residência, virou um monastério, mas hoje pertence aos militares.
O nome inusitado (Castel dell’Ovo) se deve à lenda de que havia um ovo mágico no interior do castelo, que protegia a cidade de Nápoles (????????) Enquanto esse ovo estivesse inteiro, a cidade estaria a salvo (?????????) Os napolitanos levavam isso tão à sério, que num belo dia do século 14, saiu um boato de que ovo tinha quebrado!!!!! Então a população entrou em pânico, e foi preciso um pronunciamento público dos governantes da época desmentindo tudo, pra conseguir acalmar o povo... hahaha. Adoooro uma confusão!
É engraçado porque o castelo é MEDIEVAL, mas tem elevadores! Kkkk Essas restaurações modernas!
Lá no alto fica o terraço dos canhões, de onde se tem uma vista bem ampla da baía de Nápoles.
Via Partenope.
Vulcão Vesúvio.
Em Nápoles fica um dos maiores e mais importantes portos da Itália. Também é rota de cruzeiros marítimos, o que deixa a cidade sempre cheia de turistas.
Saiba Como são as Praias da Costa Amalfitana CLIQUE AQUI
Caminhar pela Via Partenope é incrível, porque a gente tem essa visão bem de frente do vulcão Vesúvio. Olha que ângulo!
Piazza del Plebiscito
A Piazza del Plebiscito fica perto do Castel Dell'Ovo. Ela foi construída a mando de Napoleão Bonaparte, na época que ele conquistou Nápoles. A praça possui lindos edifícios em destaque: O Palazzo Reali di Napoli, que era a antiga residência do rei da Espanha e hoje abriga um museu e uma biblioteca; e a Igreja San Francesco di Paola, do século 19, que é uma cópia do Pantheon de Roma. Nas laterais, possui uma imensa colunata semicircular, lembrando a Praça de São Pedro, do Vaticano.
Da Piazza del Plebiscito temos uma vista linda do Castel Sant' Elmo lá no alto da colina. Vou falar dele mais à frente.
O centro histórico de Nápoles é Patrimônio Mundial da UNESCO, pois foi um importantíssimo centro cultural, especialmente durante o período da Renascença e do século 17 ao 19. É fascinante ver os vestígios de seu passado quando Nápoles ainda era uma colônia grega.
Nápoles foi muito bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial. Só de pensar nisso meu coração até dói por causa das construções históricas que foram perdidas.
Nápoles já passou por muitas "mãos". A cidade foi fundada pelos gregos (que a chamaram de Neapolis - cidade nova). Depois foi conquistada várias vezes e por vários povos diferentes: Imperadores romanos, normandos, espanhóis e franceses (Napoleão Bonaparte). O babado só terminou depois da unificação da Itália, no século 19. Essa mistura de influências acabou refletindo na arquitetura, nos costumes e no estilo de vida da população de Nápoles.
Porto de Nápoles.
Galleria Umberto I
Próximo da praça del Plebiscito, na Via San Carlo, fica a Galleria Umberto I. Ela é muito parecida com a Galleria Vittorio Emanuelle de Milão, cheia de lojas e cafés. Sua construção impressiona porque é em ferro e vidro, e como é muito alta, dá uma sensação incrível na gente.
No piso tem uma rosa dos ventos maravilhosa feita de mármore.
Castel Nuovo
O castelo Nuovo é outro castelo muito conhecido de Nápoles. Fica perto da Piazza del Plebiscito
Construído no século 13, foi um centro cultural frequentado por artistas respeitados da época e depois se transformou em um forte. Com torres cilíndricas e uma entrada adornada com um belo arco triunfal cheio de relevos decorativos, ele abriga o museu cívico com obras de arte italianas de diferentes épocas.
No verão acontecem shows e eventos culturais. O castelo até hoje é usado para atividades militares.
Tem história muito interessante sobre as prisões localizadas no porão, de onde desapareciam inexplicavelmente os prisioneiros. Só mais tarde foi descoberto que um crocodilo penetrava nos subterrâneos através de uma abertura e que transportava para o mar os prisioneiros. Mas crocodilo no mar???? Eles garantiram que existia!
Piazza Municipio.
O Limoncello
Andando pela cidade, a gente encontra várias lojas vendendo produtos feitos de Limoncello, que é uma fruta característica dessa região de Nápoles e Costa Amalfitana. O Limoncello é um tipo de limão grande e amarelo, também chamado de limão Siciliano. O seu licor é muito apreciado em toda a Itália.
Castel Sant'Elmo
O Castel Sant' Elmo é uma fortaleza medieval que fica no alto de uma colina de San Martino. Nós subimos de carro, mas vi que tem transporte público (ônibus) que chega até lá.
É o único castelo do mundo em forma de estrela de seis pontas.
Foto da Internet
Atualmente, o Sant'Elmo serve como museu, salão de exposições e escritórios. Lá dentro é bem bonito. Vale à pena visitar. A entrada custa só 5 euros.
Uma instalação famosa do castelo é o grande capacete de metal que fica no terraço, com a vista estonteante da baía de Nápoles. Estonteante não é exagero!
Outra coisa bem legal de lá é o corrimão em braille, instalado em 2015. A obra permite que cegos tenham acesso, em braile, à descrição da vista panorâmica da região!
Foto da Internet.
Em frente ao Castel Sant’Elmo, no Largo S. Martino, tem umas cafeterias, famosas pelos seus terraços com vista de tirar o fôlego.
Vulcão Vesúvio sempre se destacando na paisagem.
Vale à pena escolher uma cafeteria e entrar para tomar um sorvete (napolitano) apreciando o vulcão Vesúvio e a baía de Nápoles lá embaixo. Ótima oportunidade para uma pausa de descanso.
Origem do sorvete napolitano
Aproveitando a deixa, vou falar do sorvete napolitano. Ele ganhou esse nome no final do século 19, quando os imigrantes de Nápoles levaram para os Estados Unidos o conhecimento na preparação de sorvetes. A receita original eram compostas pelos sabores de Pistache, Nata e Morango, que justapostos lembravam as cores da bandeira da Itália.
No Brasil, a receita sofreu uma "abrasileirada" e o sorvete napolitano que conhecemos hoje é de Chocolate, Creme e Morango.
Em Nápoles, eles não chamam sorveteria de sorveteria. Eles chamam de Salões ou Oficinas di Gelati. Os napolitanos se gabam ao dizer que o sorvete deles é o melhor do mundo, por causa da procedência do leite, que vem das vacas da região de Campânia.
A Duomo de Nápoles
Perto das outras catedrais italianas, a de Nápoles é até relativamente simples. Mas mesmo assim, é bem bonita por dentro. Guarda uma história de cerca de 700 anos. Foi construída no século 14 e reformada no século 19 após um terremoto.
A catedral guarda uma famosa relíquia de San Gennaro: um frasco com uma amostra do sangue dele. Reza a lenda que todo dia 19 de setembro, dia do aniversário de morte, o sangue do santo milagrosamente se liquefaz. Crenças à parte, a Duomo de Nápoles sedia a maior e mais famosa festa de San Gennaro do mundo.
A catedral não fica muito próxima dos outros pontos turísticos do centro não. Fomos de carro. Mas óbvio que pra chegar lá, tem opções de transporte público.
Encontrei um link na internet que conta em detalhes a história da Duomo e mostra boas fotos de como ela é por dentro. Se caso você se interessar, o link é esse → www.oriundi.net/catedral-de-napoles-700-anos-de-historia
Os Cortiços
Nápoles é a cidade dos becos (cortiços), das roupas penduradas nos varais que vão de uma janela à outra. É uma coisa cultural! É um costume que aparece em outras cidades italianas também, mas em Nápoles é mais marcante sem dúvida.
E nem sempre os cortiços estão nas periferias da cidade não. Esse que passei, fica no centro histórico mesmo. Eles abrigam pessoas de classe social mais baixa, e com a chegada da massa de refugiados na Itália, é visível que eles procuraram os cortiços para viverem.
Da rua a gente olha pra cima e vê calcinha, meias e cuecas de todas as cores e tamanhos (kkkkkkk), lençóis enormes que parecem bandeiras, roupas da família toda. Com a sujeira do asfalto e dos carros, acho que a roupa sai mais suja do que entrou, massss... é um costume né! Vamos respeitar.
kkkk Olha isso! Ai Senhor...
Seria indelicado da minha parte dizer que os cortiços são lugares perigosos, afinal, não aconteceu nada com a gente. Mas a semelhança com as nossas favelas e comunidades do Brasil, sem dúvida nos deixa um pouco apreensivos. Mas volto à dizer, não nos aconteceu nada. Então fica difícil julgar. A dica é ficar atento e procurar se informar antes sobre a área que você vai atravessar.
Nápoles, a Terra da Pizza
Na minha opinião, a pizza italiana está longe de ser a melhor pizza do mundo, mas não deixe os italianos saberem disso senão eles te matam!
As pizzas de lá quase nunca levam queijo. Se quiser queijo tem que pedir à parte. A massa é bem fina, lambuzada de molho vermelho, algumas rodelas de tomate, cebola pimentão azeitona e manjericão. Pronto! Essa é a pizza italiana.
Sim, no Brasil nós comemos pizzas melhores, mas é uma questão cultural. Os imigrantes italianos que trouxeram a pizza p o Brasil a aprimoraram e a deixaram beeeemmmm mais gostosa (graças a deus!)
Mas a pizza verdadeira e tradicional lá na Itália é assim, simples, barata e tem em cada esquina. Eles se orgulham mesmo por causa da massa. Dizem que o segredo do sabor está nela, e não no recheio.
A pizza italiana é individual e bem grande. Uma pessoas não dá conta de comer sozinha. Então, estando na Itália, você pode (e deve) dividir a sua pizza com outra pessoa.
A pizza de Nápoles tem certificado de autenticidade e para garantir a qualidade, tem regras rigorosas de preparo à serem seguidas, quanto à temperatura do forno, quanto ao tamanho (tem que ser redonda com diâmetro entre 30 e 35 centímetros), tem que ter a borda saliente, inchada e sem queimaduras, e o miolo da massa tem que ser mole e borrachudo! (juro!)
Os Tomates
No mapa, Nápoles fica bem no sul “da bota”. É uma região mais agrícola da Itália. A parte mais industrializada e desenvolvida do país fica no norte, perto de Milão e Turim.
A economia dessa região do sul é voltada para a agricultura, especialmente frutas, tomate, e a criação de cabras que vivem nas encostas rochosas, cujo leite especial dá origem ao queijo caprese (de Capri) ingrediente indispensável para a famosa Salada Caprese.
Os napolitanos tem um orgulho danado do tomate produzido na região. Por causa das erupções, o vulcão Vesúvio tornou o solo ao seu redor extremamente fértil, e a área produz um dos mais famosos alimentos da Itália, o tomate San Marzano, que é carnudo, com menos sementes e de sabor mais doce e menos ácido (agridoce).
Os pratos locais levam esse tipo de tomate para garantir o autêntico sabor da culinária napolitana. É um grande diferencial! Por isso que a pizza napolitana leva muito tomate.
Passeios próximos de Nápoles
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Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.