MASP - Avenida Paulista
- Endereço: Av. Paulista, 1578.
- Preço: 75 Reais (O ingresso dá acesso também ao Prédio Novo do MASP, que fica ao lado). COMPRE AQUI
- Segundas: Fechado. Terças (10 às 20h). Qua, Qui, Sáb e Dom (10 às 18h) e Sextas (10 às 20h).
- Terças Grátis. Tem que pegar ingresso online CLIQUE AQUI
- Sextas, à partir das 18h (Grátis também). Tem que pegar ingresso online CLIQUE AQUI
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Estacionamento: Alameda Casa Branca, 41. (R$ 25 por até 12 horas mediante carimbo do MASP no ticket do estacionamento). Carimbar o ticket na recepção do museu. Funcionamento 24 horas.
O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand é considerado uma das mais importantes instituições culturais brasileiras. Foi fundado em 1947 pelo empresário e jornalista paraibano Assis Chateaubriand (falarei mais sobre ele no final desse post). O MASP é uma instituição particular sem fins lucrativos, ou seja, é um museu privado, que não pertence ao governo (nem ao estado, nem à prefeitura).
O prédio do MASP é considerado um marco da cidade de São Paulo e um símbolo da arquitetura brasileira moderna. É o museu mais visitado do Brasil e frequentemente listado entre os melhores do mundo.
No início, o museu ficava em outro endereço, na rua 7 de abril no centro da cidade. Em 1968, mudou-se para a Avenida Paulista em um edifício projetado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. Lina, que era nascida em Roma na Itália, casou-se (em 1946) com o jornalista Pietro Maria Bardi, e nesse mesmo ano, vieram para o Brasil fugindo da Segunda Guerra Mundial.
Entre os anos de 1947 e 1990, o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi (marido de Lina Bo Bardi) assumiu a direção do MASP a convite de Chateaubriand.
No Brasil, Lina Bo Bardi colocou em prática suas ideias de arquitetura modernista. O Brasil era um país em formação, diferente dos pensamentos europeus. Lina se apaixonou pela cultura popular brasileira e começou a colecionar obras de arte. Nesse período, aceitou o convite para projetar o MASP. Em 1951, ela se naturalizou brasileira. Lina viveu no Brasil até seus últimos dias, morrendo com 77 anos.
Pietro e Lina Bo Bardi.
Dia da inauguração do MASP, 1968, que contou com a presença da Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, além de Pietro Maria Bardi e o então prefeito de São Paulo, José Maria Faria Lima.
A Rainha Elizabeth II, que estava em visita pelo Brasil, passou por várias cidades ao longo da viagem, entre elas, São Paulo. Em 7 de Novembro de 1968, a monarca participou da inauguração do MASP. Visitando o acervo, a rainha se surpreendeu ao encontrar um quadro pintado por seu Primeiro Ministro, Winston Churchill.
Obra: "A Sala Azul de Trent Park". Winston Churchill, 1934.
Na inauguração do MASP (1968) Tomie Ohtake cumprimenta a Rainha Elizabeth II em frente sua obra "Composição em Amarelo" pintada em 1966.
Arquitetura
O prédio do MASP é famoso pela enorme estrutura de concreto e vidro, cujo corpo principal é suportado por duas enormes vigas laterais em um grande vão livre de 74 metros, concebido pelo engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz. Considerado um importante exemplar da arquitetura brutalista brasileira.
O prédio do MASP é tombado pelo patrimônio histórico.
A arquitetura brutalista, que surgiu no pós-guerra, é caracterizada pelo uso de concreto aparente, formas geométricas marcantes e uma estética que enfatiza a simplicidade, a funcionalidade e a expressão dos materiais de construção. O estilo, que se inspira no termo francês "béton brut" (concreto bruto), busca a ausência de ornamentação desnecessária.
Essa pedra na esquerda da foto simboliza o marco do início das obras da construção do museu, em 1968.
A Cor Vermelha do MASP
Após permanecerem por anos em concreto aparente, as colunas do edifício foram pintadas (em 1990) com uma tinta impermeabilizante vermelha para sanar infiltrações. A cor vermelha, que já aparecia nos primeiros desenhos de Lina para o edifício, lançou a imagem do museu como um dos principais cartões postais da cidade de São Paulo.
Vista aérea da parte de trás do prédio.
O Acervo
Em 1947, quando Assis Chateaubriand fundou o MASP, ele já possuía uma bela coleção particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele havia adquirido a preços baixos, pois na época, a Europa estava empobrecida no pós-Segunda Guerra Mundial.
Além disso, Chateaubriand usou da influência que tinha com seus jornais, e usou uma eficiente estratégia para arrecadar fundos e continuar adquirindo mais obras de arte. Ele negociava com empresários as doações de recursos em troca de anúncios em suas empresas de rádio, jornais, revistas e tv. Assim, após a aquisição das obras, ele divulgava os nomes dos doadores, distribuía títulos de mecenas e satisfazia o ego dos mais afortunados da sociedade. Cada nova aquisição era festejada com suntuosas festas, com a mais ampla cobertura possível. E assim o acervo do museu foi aumentando cada vez mais.
Hoje, o museu conta com importantes obras de Renoir, Rodin, Monet, Matisse, Van Gogh, Rembrandt, Picasso, Portinari, Di Cavalcanti, Edgar Degas, Dominique Ingres, Anita Malfatti, entre muitos outros.
O acervo do MASP é tombado pelo patrimônio histórico.
Obra: "Virgem com o menino e São João Batista criança". Botticelli, 1490. (Pintura sobre madeira).
Obra: "Rosa e Azul, As Meninas Cahen d'Anvers". Renoir 1881.
Obra: "A canoa sobre o rio Epte". Monet 1890. Essa obra nos dá a impressão de que está faltando um pedaço da tela.
Ao todo, o acervo possui a mais importante coleção de arte ocidental da América Latina e do hemisfério sul, abrangendo arte africana, arte das américas, arte asiática, arte brasileira e europeia desde a Antiguidade até o século 21, incluindo pinturas, esculturas, desenhos, fotografias e roupas, entre outros, totalizando aproximadamente 10 mil peças.
Os Cavaletes de Cristal
A visitação pelo museu é muito agradável. Como boa artista plástica que era, Lina inovou a maneira de expor as obras de arte. Ela criou cavaletes de cristal, uma mistura de concreto e vidro que seguram as obras de arte, tirando-as das paredes. Assim, podemos circular ao redor delas. Isso nos proporciona andar por uma galeria aberta, transparente e sem paredes! Uma visitação mais leve e agradável.
** As obras estão em ordem cronológica, as mais antigas na frente e recentes atrás.
Outra coisa interessante é que as legendas das obras ficam na parte de trás dos cavaletes. Isso nos possibilita admirá-las primeiro sem contextualização, e depois lemos sobre elas.
Ao longo de sua história, o museu notabilizou-se por uma série de iniciativas importantes no campo da museologia e da formação artística, bem como por sua forte atuação didática. Foi também um dos primeiros espaços museológicos do continente a atuar com perfil de centro cultural, bem como o primeiro museu do país a acolher as tendências artísticas surgidas após a Segunda Guerra Mundial. O museu também abriga uma das maiores bibliotecas especializadas em arte do país.
Obra: "O Verão - Diana surpreendida por Arteão". Eugène Delacroix 1856.
Por dentro, o museu é lindo!
As famosas rampas internas cruzadas, que ficam no subsolo.
A bela vista para o Parque Trianon.
Cafeteria e Lojinha, no subsolo.
O Novo Prédio do MASP
Em maio de 2025, o MASP se expandiu com a aquisição do novo edifício que fica ao lado. Com isso, o museu aumentou bastante a sua área expositiva. O prédio possui 14 andares. Os visitantes sobem de elevador até o 10º andar e vão descendo de escadas, explorando andar por andar. No 10º andar, tem uma bela vista da Avenida Paulista.
O prédio é composto por galerias, salas de aula, laboratório de restauro, restaurante, cafeteria, lojinha e áreas de evento, ampliando as atividades realizadas e aumentando a capacidade de visitantes.
Para ver tudo sobre o Novo Prédio do MASP CLIQUE AQUI
- Edifício Pietro Maria Bardi – Anexo MASP
- Endereço: Av. Paulista, 1500.
- Preço: 75 Reais (O ingresso dá acesso aos 2 prédios)
- Segundas: Fechado. Terças (10 às 20h). Qua, Qui, Sáb e Dom (10 às 18h) e Sextas (10 às 20h).
- Terças Grátis. Sextas, à partir das 18h (Grátis também). Tem que pegar ingresso online CLIQUE AQUI → MASP
Assis Chateaubriand
Em 1947, Assis Chateaubriand fundou o MASP, junto com Pietro Maria Bardi. Chateaubriand possuía uma coleção particular de pinturas de grandes mestres europeus que ele adquiriu a preços baixos, pois a Europa na época estava empobrecida no pós-Segunda Guerra Mundial.
Chateaubriand foi um magnata das comunicações no Brasil entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960, dono de vários jornais, emissoras de rádio e TV, revistas e agência telegráfica. Chateaubriand foi um jornalista, escritor, advogado, professor de direito, empresário, político e mecenas. Destacou-se como um dos homens públicos mais influentes do Brasil entre as décadas de 1940 e 1960.
Foi o responsável pela chegada da televisão no Brasil, inaugurando em 1950 a primeira emissora de TV do país, a TV Tupi. Foi Senador da República entre 1952 e 1957 e também foi membro da Academia Brasileira de Letras.
Chateaubriand nasceu em 1892 em Umbuzeiro, interior da Paraíba. Formou-se advogado no Recife, foi para o Rio de janeiro com 25 anos, viajou pela Europa e devido sua forte influência, conviveu com a elite paulistana durante décadas.
Foi uma figura polêmica e controversa, odiado e temido por uns, amado e admirado por outros. Era conhecido por sua “falta de ética”, por chantagear empresas que não anunciavam em seus jornais, e por insultar empresários com mentiras. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada com o Presidente Getúlio Vargas.
Em fevereiro de 1960, Chateaubriand foi acometido de uma trombose. Morreu 8 anos depois (em 1968, em São Paulo), depois de anos convivendo com as sequelas da doença, que o deixou paraplégico e impossibilitado de falar e escrever seus artigos. Ele faleceu com 75 anos.
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Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.