Mary Stuart, A Rainha da Escócia

Choose the Language ↓ Escolha o Idioma
 
 

1542- Mary nasceu no Palácio de Linlithgow, perto de Edimburgo na Escócia. O Rei James V (pai de Mary) morreu com apenas 31 anos, e a pequena princesa recém-nascida foi proclamada Soberana da Escócia. 

1543- Imediatamente, duas facções (uma inglesa e outra escocesa) entraram em confronto pelo poder. Para se proteger, a mãe de Mary refugiou-se com sua filha bebê no Castelo de Stirling e lá, Mary foi coroada Rainha com apenas 6 meses de vida!

Mas o Cardeal da época tentou apaziguar o estado de tensão entre escoceses e ingleses planejando um casamento entre aquele bebê de apenas 6 meses com o príncipe herdeiro da Inglaterra que só tinha 5 anos de idade! Ao discordar disso, a mãe de Mary provocou a ira do reino inglês, que atacou a Escócia numa guerra devastadora.

  Marie de Guise, mãe de Mary.

 

O grande medo da Inglaterra era perder a Escócia para a sua tão inimiga França. Marie de Guise (mãe de Mary) era francesa, e mantinha a guarda da criança. Foi quando Henrique II (rei da França) propôs um acordo matrimonial que Marie de Guise não recusou: casar Mary com o Delfin Francisco, o futuro rei francês.

1548- A menina de 6 anos, rainha praticamente desde o seu nascimento, foi mandada para a França com uma comitiva. Para não levantar suspeitas, sua mãe não à acompanhou.

Mary chegou segura à França, reino mais luxuoso de toda a Europa, com o intuito de receber educação de primeira qualidade e crescer sob os olhares atentos da família francesa por parte de mãe.

A beleza de Mary naqueles anos fora descrita por muitos observadores como a “mais bonita e graciosa princesa” que um dia já foi vista. O rei Henrique II iníciou o processo de “afrancesamento” da jovem. Logo, ela estaria aplicada na língua de sua pátria de adoção e inteirada das maneiras da corte.

 Rei Henrique II da França.

 

Mary conviveu pouco com sua mãe. Ela quase nada soube do imenso esforço que Marie de Guise fizera para conservar o reino da Escócia para a filha. A última vez que viu a mãe, tinha 8 anos, depois disso, nunca mais, porque quando cresceu e retornou à Escócia, sua mãe já havia morrido.

Por isso, as maiores influênciadoras na educação de Mary foram Catarina de Médicis (esposa de Henrique II e rainha da França) e Diana de Poitiers (amante do rei). Rainha e amante obviamente não conviviam bem uma com a outra, mas tinham que se suportar.

  Catarina de Médicis e Diana de Poitiers.

 

Com 10 anos, Mary havia se tornado encantadora em quase tudo o que fazia, a ponto de arrancar elogios das mais diversas fontes.

 Mary com 12 anos.

 

1558- Aos 16 anos, Mary cumpre o acordo, casa-se com Francisco II e se torna rainha consorte da França.

1560- Dois anos depois, ele contrái uma febre e não resiste, tornando Mary viúva aos 18 anos.

 O luto de Mary.

 

Por ser a mais pura da linha de sucessão, Mary foi declarada herdeira do trono da Inglaterra, já que Elizabeth I (sua prima) era considerada filha bastarda pela igreja católica. Mas com a morte do rei Henrique II, que protegia Mary, tudo desmoronou, e ela teve que retornar à sua terra-natal, a Escócia.

1561- Com 19 anos, ela partiu para sua pátria, sem saber como os súditos a receberiam, afinal ela era uma rainha desconhecida para eles. Mas os escoceses a receberam bem e ficaram encantados com Mary, que passou a ser uma soberana amada e respeitada.

1565- Com 23 anos, Mary se casou com o inglês Henry Stuart (Lorde Darnley) no Palácio de Holyrood em Edimburgo. Ela se casou por amor, o que era incomum na vida de uma rainha. E esse foi o primeiro grande erro, o que acabaria custando sua vida.

  Lorde Darnley.

 

Mary casou-se com um inglês, fortalecendo seu direito ao trono. Isso deixou Elizabeth e os escoceces muito preocupados. Damley e Mary eram católicos, mas a Escócia era um país protestante. E a corte de Mary era dominada por lordes protestantes cruéis.

Mas nada disso importava para Mary, pois ela era feliz e tinha se casado por amor. Decidiu impôr o que quisesse e o reino tinha que obedecer. Mary engravidou! 

1566- Nasce James, o filho de Mary e Darnley, no Castelo de Edimburgo depois de um parto bem difícil.

Mas o casamento começou a desmoronar porque Darnley vivia bêbado e violento. Ele era extremamente vaidoso e narcisista. Além do seu mal comportamento, Darnley também tinha ambições políticas e queria ser tratado como rei, o que preocupava muito Mary. Ele passou a ser uma ameaça para ela e para seu filho.

1567- Damley foi encontrado morto. Isso desestabilizou a Escócia. A Europa toda ficou horrorizada. O maior suspeito era o Conde de Bothwell (amigo de Mary). Ele também era perigoso e ambicioso e conquistou o coração da rainha dizendo que iria protegê-la. 

Tempos depois, Mary casou-se com Bothwell e isso aumentou ainda mais os boatos do envolvimento dela na morte do ex-marido. Elizabeth I chegou a escrever uma carta para Mary dizendo que ela prejudica a imagem das rainhas britânicas.

 Conde de Bothwell.

 

Bothwell também queria ser rei. Então os lordes protestantes organizaram um motim para tirar Mary e Bothwell do poder. Mary se entregou e virou prisioneira em um castelo próximo de Edimburgo. Bothwell fugiu. 

O bebê de Mary (James) filho de Darnley ficou sob os cuidados dos lordes protestantes e Mary nunca mais o viu.

Mary foi forçada à abdicar do trono. Assinou um documento sob pressão, passando seu reinado para o filho James, que ainda era criança. Com isso, Mary reinou a Escócia por apenas 6 anos, de 1561 à 1567.

O país então foi reinado por regência, até James atingir a maior idade. Assim, os lordes protestantes passaram a governar a Escócia. Mary havia perdido tudo: o filho, o marido e o trono.

1568- Mary passou 1 ano presa. Ela tinha sido completamente abandonada e esquecida ali. Então decidiu fugir para a Inglaterra na esperança de ser acolhida e protegida pela prima Elizabeth. Assim que atravessou a fronteira, ficou em um castelo ao norte da Inglaterra e começou a escrever cartas para a prima em Londres.

Ninguém esperava que Mary fosse aparecer na Inglaterra. Ela abandonou seu povo, era católica e tinha direito ao trono inglês. Era um grande problema diplomático! Elizabeth era protestante, minoria na Europa que era católica. Então sua insegurança era enorme. A Inglaterra tinha muitos súditos católicos que desejavam que Mary ocupasse o trono no lugar da prima. 

Assustada, ao invés de ajudar Mary, Elizabeth fez exatamente o contrário. Manteve Mary em prisão domiciliar no castelo em que estava, no norte da Inglaterra.

  Elizabeth I, rainha da Inglaterra.

 

Então Mary decidiu apelar para os lordes católicos pedindo ajuda para ser libertada. A Inglaterra havia se tornada protestante há apenas 9 anos e como a maioria era católica, Mary achou que sua saída era a religião.Os católicos estavam revoltados porque os protestantes em tão pequeno número, já queriam dominar o país. A Inglaterra beirava uma rebelião por causa disso. 

Em Londres, Elizabeth sabia que estava em perigo, ameaçada de ser deposta ou até mesmo assassinada. Ela não se sentia segura nem no próprio palácio.

Foi aí que entrou William Cecil na história, um grande amigo de Elizabeth. Ele era um político movido pela ideologia religiosa e queria acabar de vez com os católicos. Faria de tudo para não ver Mary governando a Inglaterra. Cecil descobriu as cartas de Mary pedindo ajuda aos católicos e reforçou a segurança na prisão. Na verdade, ele queria matá-la. 

  William Cecil.

 

Enquanto isso, Mary desconhecia o perigo que corria e continuava escrevendo para Elizabeth em busca de ajuda. Mary já estava presa por 6 anos!

1585- O cerco de Cecil ia se fechando e privando Mary cada vez mais. Ela passou a ser uma prisioneira comum, vivendo em péssimas condições de higiene e alimentação. 

James, filho de Mary completa 18 anos. Ele se torna James VI rei da Escócia. Ele foi duro com Mary. Ela não teve chance de criar o garoto então ele não tinha muito afeto à mãe. 

Ele mandou uma carta para a prisão dizendo à Mary que não iria resgatá-la. Ele agora era o soberano da Escócia e não ela. James havia sido criado pelos radicais protestantes que sempre falaram mal de sua mãe. A carta de James deixou Mary arrasada.

  James com 18 anos.

 

1586- Mary, rainha da Escócia, estava presa à mando da prima Elizabeth hà quase 19 anos! Ela era agora uma rebelde católica que queria tirar a rainha protestante da Inglaterra e tomar seu trono. 

Mary recebeu uma carta de conspiradores católicos que acreditavam que podiam libertar Mary, iniciar uma revolução e colocá-la no trono. 

William Cecil contratou um espião para interceptar as cartas de Mary e assim acusá-la de traição contra o trono inglês. Depois que conseguiu as provas, começou a pressionar Elizabeth para assinar a execução.

Elizabeth estava atormentada psicologicamente, pois teve sua mãe (Ana Bolena) executada e decapitada da mesma forma, e isso à abalou. Mas depois de tanta pressão, cedeu e assinou a execução de Mary.

1587- Aos 44 anos, Mary foi decapitada. Elizabeth não compareceu à execução. Tempos depois, mostrou-se arrependida pela morte da prima.

 Cena da decapitação de Mary, retratada na série de tv Reigh.

 

Mary e sua prima Elizabeth I nunca se viram pessoalmente.

1603- Apesar de Mary nunca se sentar no trono da Inglaterra, James seu filho o fez. Aos 37 anos, ele assumiu o trono da Inglaterra em 1603 quando Elizabeth I morreu. Ela nunca teve filhos e por isso James era o único da linha de sucessão. Ele deixou de ser James VI da Escócia e se tornou James I da Inglaterra, dando início à dinastia Stuart. 

 James VI e I

Em homenagem à mãe, James encomendou um belo túmulo para ela na Abadia de Westminster em Londres, onde guarda o corpo de Mary até hoje. 

  Túmulo de Mary.

 

Por ironia do destino, o túmulo de Mary fica ao lado do túmulo de Elizabeth I. 

  Túmulo de Elizabeth I

 

Elas nunca se encontraram pessoalmente em vida, mas foram reunidas na morte. Os historiadores dizem que “Mary foi a mulher que Elizabeth gostaria de ter sido. E Elizabeth foi a soberana que Mary não conseguiu ser.”

 

Veja como é a visitação na Abadia de Westminster no meu post sobre Londres, clique AQUI

 

Castelos na Escócia relacionados com a vida da Rainha Mary (séc 16)

 

Sugestões de Filmes

Gostaria de propor que você assista à série Reigh, que conta a história da Rainha Mary de uma maneira bem produzida e gostosa de assistir. Veja o trailer abaixo:

 

Também gostaria de compartilhar um ótimo documentário sobre a vida de Mary Stuart cheio de fatos históricos, contando a trajetória da vida da rainha de maneira clara e fácil de entender. Muito bom! Assista abaixo:

Ana Cassiano

Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.

MMorei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.orei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.