Giro dell'Isola - Ilha de Capri Itália
Esse é o passeio de barco ao redor da Ilha de Capri.
Assim que a gente chega em Capri, os barcos ancoram na Marina Grande. Logo de cara, a gente enconta bilheterias de diversas companhias de navegação, onde podemos comprar a passagem para a volta à ilha (o famoso "Giro Dell'Isola") que é uma das principais atrações de Capri.
Uma das melhores formas de conhecer Capri é contornando a ilha via mar. Através do passeio "Giro da Ilha", temos uma panorâmica completa de Capri.
Para fazer esse tour, eles lá da ilha oferecem duas formas. Barcos grandes que cabem vários turistas de uma vez (com passagens mais baratas, lógico), ou o passeio num barco privativo, pelo qual pagamos pelo "luxo" de ser uma coisa mais exclusiva e personalizada, onde podemos escolher o tempo da nossa excursão tranquilamente. E foi esse último que escolhemos!
No barco grande com vários turistas eles cobram em média 40 euros por pessoa. Já o barco privado, eles alugam por uns 250 euros e cabe até 6 pessoas. Dependendo do número de pessoas que vc estiver, família ou amigos, vale à pena alugar o barco privativo. Ficam vários barqueiros no porto oferecendo esse passeio para os turistas. Você tem que pechinchar!
Leve roupa de banho! Os barcos param em lugares fantásticos pra gente nadar.
Veja Como são as Praias da Costa Amalfitana clique AQUI
Nesse passeio, os barcos partem da Marina Grande, que é o único porto de Capri. O charmoso porto é rodeado de casinhas coloridas, característica da época dos pescadores. Hoje é cheia de restaurantes, lojinhas de souvenirs e a estação do funicular. Vou falar dele daqui à pouco.
Nós embarcamos e começamos nosso passeio. O Porto da Marina Grande foi ficando para trás.
Na primeira curva que contorna um rochedo, a gente já avista a estátua do "Scugnizzo di Capri", um menino acenando com a mão. Dizem que é tipo um protetor da ilha, e que se a gente acenar pra ele também, a gente volta logo à Capri. Não custa nada tentar né! Eu acenei!
Logo em seguida, a gente contorna a Punta del Capo. É a ponta da ilha que fica mais próxima do continente, e dá pra ver direitinho a Costa Amalfitana e Sorrento.
Continuando o passeio, aparece a Gruta Branca, cheia de estalactites e estalagmites calcárias de cor branca, que formam a figura da Madonna (Nossa Senhora) em pedra. Tudo natural, coisa da natureza mesmo. O barco entra lá dentro!
Na foto abaixo, a imagem de Nossa Senhora formada pela rocha.
Continuando o giro na ilha, logo aparece o Arco Naturale, que é uma surpreendente escultura paleolítica resultante de um desmoronamento. Com o tempo, a erosão formou um arco de 12 metros suspenso a cerca de 18 metros de altura do chão, uma espécie de ponte natural entre dois pilares de rocha e vegetação. Impressionante mesmo!
A Baía de Matermania é a baía que fica à frente do Arco Naturale. Nessa Baía tem uma gruta famosa que se chama Grotta di Matermania. Dos restos arqueológicos encontrados nela, ficou claro que o lugar tinha uma função sagrada. Na época romana, essa Gruta foi transformada em um luxuoso ninfeo, onde as pessoas se reuniam para banquetes e curtir os prazeres da vida.
Em seguida, avistamos lá em cima do morro a Villa Malaparte. É a Casa vermelha do famoso escritor italiano Curzio Malaparte. A casa fica majestosamente em contraste com a natureza ao redor, uma obra-prima da arquitetura italiana do século XX, com a particularidade de ter escadas que descem do telhado, dando a impressão de uma cauda de dinossauro.
** Foto da internet.
Os Faraglioni
Aí chega a hora mais sensacional do passeio de barco: Quando passamos por debaixo dos Faraglioni!!! São os fantásticos gigantes do mar!! São considerados “Os guardiões de Capri”, é o cartão postal da ilha.
São 3 imponentes picos de rochas povoadas por gaivotas, com cerca de 100 metros de altura, que saem do mar à poucos metros da costa. Podem ser vistos de vários pontos da ilha, mas sem dúvida o melhor ângulo é quando passamos de barco por debaixo do arco! Esse arco que parece um portal talhado na rocha é natural, uma linda obra da natureza causada pela erosão das ondas batendo na pedra durante muitos anos.
Cada Faraglione tem um nome: o primeiro unido a terra se chama Stella; o segundo, separado do primeiro por um pedaço de mar, é o Faraglione di Mezzo (o do Arco) e o terceiro Faraglione di Fuori ou Scopolo. Sobre o Scopolo vive o famoso Lagarto Azul dos Faraglioni, a Podarcis sicula coerulea, e é o único lugar ao mundo onde ele é encontrado. Dizem que ela ganhou esta cor para se camuflar com o mar e com o céu.
O lagarto azul dos Faraglioni.
Em seguida, aparece uma construção grandiosa e laranja bem no topo do morro. É o Hotel Punta Tragara, carééééésimoo pra se hospedar!! É aberto ao público, tem um terraço com vista linda (Belvedere Tragara). Pode visitar.
A Baía de Marina Piccola é a próxima atração. Fica no Sul da Ilha de Capri e tem ótima vista para os Faraglioni. É uma Baía protegida por uma parede íngreme de rochas e por essa razão é sempre quente e com pouco vento. Aqui ficam os Jardins de Augusto, a Via Krupp e o Monte Solaro, que pode subir de teleférico. Vou falar dessas atrações mais à frente.
Marina Piccola.
Aqui ficam as casas de Giorgio Armani, de Sophia Loren e a casa do dono da Ferrari. É onde o presidente da Itália passa suas férias (o navio presidencial fica sempre ancorado nessa Baía!)
Lá no alto dessa formação rochosa interessante, fica o Belvedere di Punta Cannone. Outro lugar legal para visitar à pé.
Continuando o giro pela ilha, agora é hora da Gruta Verde, uma gruta com água cor de esmeralda que dá para atravessar nadando. O barco fica parado aqui um tempão. A gente vê as pessoas dos outros barcos pulando na água para um mergulho.
Depois que saímos dalí, logo apareceu o Farol de Punta Carena. O Farol de Capri é um dos mais altos da Itália. Construído em 1866, está entre os mais importantes do Mar Tirrênio e é o segundo da Italia por capacidade de iluminar (o primeiro é o de Genova).
Farol de Punta Carena.
Em Punta Carena, o mar fica profundo rapidamente. A água é sempre limpa e o sol bate alí o dia inteiro. Por essa razão, o farol é um dos lugares preferidos para um banho de mar. Existem diversas estruturas balneares onde você pode curtir o sol de terraços com escadinhas de ferro para descer até a água. É um lugar da moda, ideal para curtir uma praia e saborear uma deliciosa comida típica nos terraços dos bares.
Lido del Faro.
Daqui pra frente, vão aparecendo 4 Fortes no alto dos penhascos. Na Punta del Pino tem o Forte del Pino. Na Punta Campetiello tem o Forte Mesola. Na Punta del Miglio, tem o Forte Orrico e uma bela Torre na Vila Romana di Dameculla.
A Gruta Azul
A última atração (e mais famosa) desse passeio de barco é sem dúvida a Gruta Azul. É uma cavidade natural que fica incrustada nos paredões de rocha que cercam Capri.
Embora o interior da gruta seja amplo, a entrada é bem estreita. Por isso, o barco grande para a uma certa distância da entrada da gruta e ali mesmo (em águas profundas!) passamos para barquinhos pequenos, que cabem no máximo 4 pessoas.
A entrada tem apenas 1 metro de altura e 2 de largura por isso o único modo de entrar é utilizando pequenos barcos à remo. Esses barquinhos são conduzidos por marinheiros experientes. O marinheiro pede pra gente deitar no fundo do barco (senão bate a cabeça!) e entra na gruta pegando impulso em uma corrente marítma! É uma aventura!
Lá dentro, a iluminação é natural, o sol passa por uma fissura da rocha no fundo do mar deixando a água numa cor azul fluorescente! E os barqueiros ficam cantando músicas italianas lá dentro. Lindo Lindo! A acústica das vozes ecoando nas paredes da gruta cria uma atmosfera mágica.
Algumas informações úteis: A visita dentro da Gruta Azul dura apenas 15 minutos. Apesar de breve, a fila de espera pode ser muito demorada: nas horas de pico na alta estação podem durar até 1 hora. Quando as condições meteorológicas não são favoráveis, não é possível entrar na gruta. O melhor horário para visitar a Gruta é entre 12:00 e 14:00 hrs! Nessa hora os reflexos da gruta são mais brilhantes. Eles não recomendam visitar a gruta em dias muito nublados (sem o sol os reflexos são leves). À tarde as filas são menores, mas depois das 15:00 o mar costuma ficar agitado e o serviço de visitas pode ser suspenso. É proibido entrar na gruta nadando e quando os barcos fazem o passeio é impossível pular na água. É perigoso. Paga-se 15 euros por pessoa para entrar na Gruta Azul. Eles vendem o ticket lá na hora mesmo.
Barcos na fila esperando para entrar na gruta.
Quem não estiver de barco, pode chegar na Gruta Azul através dessa escadaria. Tem que atravessar a ilha à pé e descer por um caminho tipo uma trilha. Aí então, paga para um barqueiro te conduzir até o interior da gruta.
No vídeo abaixo, nós entrando e saindo da Gruta Azul!
A História da Gruta Azul é bem interessante. Na época romana, aos tempos de Tibério, a gruta era utilizada como ninfeo marinho: as estátuas encontradas no seu interior hoje se encontram na Casa Rossa de Anacapri. Por muitos anos a Gruta Azul não era visitada e, aliás, era temida pelos marinheiros locais porque as lendas populares a descreviam como um lugar cheio de espíritos e demônios. Um dia, no ano de 1826, o pescador da ilha Angelo Ferraro acompanhou o escritor alemão August Kopisch e o pintor Ernst Fries em uma visita. Os dois voltaram contando maravilhas sobre a Gruta Azul e a partir de então, a gruta passou a ser bastante visitada.
Antes de chegar de volta no porto da Marina Maior, a gente ainda avista no alto de uma encosta o Hotel Caesar Augustus, na Villa San Michele. Outro lugar magnífico para visitar à pé, num passeio através da ilha.
Hotel Cesar Augustus.
Leia também:
Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.