Berlim Parte 1
- O significado dos Ursos
- Ampelmann
- Portão de Brandemburgo
- Memorial do Holocausto
- Reichstag, o Parlamento alemão
- Hauptbahnhof e o Rio Spree
- Tiergarten e a Coluna da Vitória
- O Palácio Bellevue
- O Muro de Berlim
- O Homem Molecular
- Kreuzberg
- Museu Judáico
- O Trabant
- Nostaugia berlinense
- Os Camelôs
- POTSDAM e o Palácio SANS SOUCI
- Berlim PARTE 2
Berlim carrega nas costas um passado histórico pesado. Na verdade, um passado nem tão distante assim. As atrocidades da Guerra e do Muro ainda são bem recentes. Boa parte das pessoas que passaram por tudo aquilo ainda estão vivas, ou pelo menos a segunda geração delas. Isso quer dizer que o reflexo de tudo que aconteceu e as consequências estão aí, ainda sendo vividas.
Imagine uma cidade que foi dividida, famílias foram separadas há anos, depois veio a reunificação e o povo teve que (num passe de mágica) se adaptar à nova situação. A história mostra que as coisas não foram assim tão simples. Muitos alemães orientais sofreram preconceito vindo dos alemães ocidentais, afinal eles tinham outra mentalidade, viviam num outro regime e claro, pensavam diferente. E se essa barreira existe até hoje e é tão forte na Alemanha inteira, imagina em Berlim então, onde na verdade tudo aconteceu ao vivo e à cores. Depois de guerra, muro e reunificação, imagina como deve ser a cabeça desse povo!
Hoje em dia, se levar em consideração tudo que essas pessoas já passaram, acho o berlinense bastante tolerante e flexível. Na verdade, eles ainda estão vivendo "um processo"... Então penso que temos a obrigação de enxergar Berlim com outros olhos! E aceitá-la como ela é.
Apesar de tudo, a cidade hoje é bastante cosmopolita. Papo cabeça e mente aberta (até demais!!!). Há muitos estrangeiros vivendo lá, e isso transformou Berlim num fervente caldeirão cultural. É só andar pelas ruas para ver a diversidade. Lá todo mundo é o que quer ser, sem se importar com a opinião dos outros. Lá tudo é "normal". Em Berlim pode.
É por isso que a gente precisa entender Berlim para gostar de Berlim!
Olha eu aí na foto! Achou? rs
O significado dos Ursos
O símbolo da cidade de Berlim são os ursos. Por toda parte que andamos, a gente vê uma escultura de urso. Mas o que Berlim tem a ver com os ursos?
Pesquisei que o urso vem de Albrecht I - o urso. Ele foi um guerreiro Saxão que dominou as terras onde hoje fica Berlim, lá por volta do ano 1100. Parte do povo que habitava essa região era eslavo, com uma língua bem diferente das línguas germânicas. Os alemães escrevem Berlin, com “n” porque a palavra é de origem eslava, usada para denominar terras pantanosas. (Fonte de pesquisa: Site Agenda Berlin)
Ampelmann
O Ampelmann é outro símbolo famoso de Berlim.
O Ampelmann é o homenzinho desenhado nos sinais de trânsito para pedestres na extinta Alemanha Oriental. Está agora na crista de uma onda saudosista que tomou conta não só da população, mas também dos turistas. Ele agora é considerado "cult" e está em quase todos os faróis de pedestre espalhados pela cidade. Existem também lojas da marca que vendem vários produtos licenciados com esse símbolo.
Portão de Brandemburgo
O Portão de Brandemburgo foi construído em 1789 para comemorar as vitórias prussianas nas guerras. Passou a simbolizar a capital alemã depois da queda do Muro que dividiu a cidade do restante do mundo. Hoje abriga a Sala do Silêncio, administrada pela ONU para que os visitantes reflitam sobre a paz.
O Portão de Brandemburgo é especialmente LINDO à noite.
Uma dica legal: Em frente à Starbucks do Portão de Brandemburgo sai todos os dias City tours de graça em diferentes línguas. No final do tour, você dá a gorjeta que quiser para os guias, que são ótimos e muito bem preparados. Sabem tudo de história!
Minha filha Júlia no Portão de Brandemburgo.
Essa foto abaixo mostra que o Muro de Berlim passava ao lado do Portão de Brandemburgo. Hoje ainda tem a marca no chão por onde o muro passava.
Exatamente no local da foto acima!
Tempos ruins da época do Muro.
Tempos bons de uma Alemanha livre. (Foto 2006)
O Portão de Brandemburgo visto do alto do Reichstag.
Memorial do Holocausto
A cidade de Berlin dedicou um memorial do Holocausto para comemorar a morte de seis milhões de judeus vítimas das loucuras de Hitler. O arquiteto Peter Eisenman é responsável pela construção. Fica ao lado do Portão de Brandemburgo. É grátis e fica à céu aberto.
O memorial é uma grande área com blocos de concreto cinza escuro, sem nenhum nome ou data. Podemos andar por entre os blocos, em qualquer direção. Não tem um roteiro pré determinado. Os blocos são de diferentes tamanhos e formam um labirinto.
O significado está ligado à sensação de sufoco que os judeus passavam naquela época. É um lugar de bastante reflexão, para pensarmos nas atrocidades que o ser humano foi capaz de fazer.
Reichstag, o Parlamento alemão
O Reichstag é o parlamento alemão e o símbolo da unidade nacional. Quando a Alemanha se reunificou, foi no Reichstag que o parlamento se reuniu pela primeira vez para eleger os dirigentes. A chanceler alemã Angela Merkel trabalhava aqui. É como se fosse o nosso Congresso Nacional lá em Brasília.
O Reichstag é uma construção bem interessante. De longe podemos ver a cúpula de vidro que fica no topo do prédio. A foto abaixo foi batida do Portão de Brandemburgo.
Logo que entramos no prédio, vemos a parte onde os deputados ficam. Ela é toda de vidro e podemos acompanhar os políticos trabalhando. Aliás, como as paredes do prédio são de vidro, dá para ver tudo da rua mesmo, nem precisa entrar. Tem um telão enorme na frente do prédio que mostra o que está sendo votado e qual a pauta do dia. Ficam muitas pessoas ali na frente acompanhando tudo.
O tour para turistas é todo muito organizado. A gente pega um elevador até o topo do prédio. Chegando no terraço, temos essa bela visão da estrutura de vidro e aço.
Olha as pessoas lá dentro!
Nos seus mais de cem anos de história, o prédio do Reichstag foi a sede de governo em duas guerras. Foi bombardeado e muito destruído. Com a Reunificação da Alemanha, o prédio foi reconstruído, trazendo para Berlim a capital do país (antes era Bonn). Em 1995, o arquiteto britânico Sir Norman Foster adicionou ao projeto a cúpula de vidro de 23,5 metros de altura, que fica bem em cima da sala do plenário.
Com minha amiga Lígia.
Dentro da cúpula tem uma escada em espiral que nos leva até ao topo. No meio, tem uma pilastra toda de espelhos, que refletem a nossa imagem e das outras pessoas, causando um efeito muito legal. Dá pra brincar com as fotos, rs.
Lá no alto tem um orifício descoberto, à céu aberto. Se chove, molha só no meio, não molha a gente não. é um projeto muito legal. Tem um monte de bancos ao redor do orifício para as pessoas descansarem.
E a vista de Berlim lá do alto é incrível! A gente pode ficar o tempo que quiser no Reichstag. É um passeio imperdível (e de graça!)
À noite, o prédio do Reichstag fica todo iluminado, e o efeito das luzes na cúpula de vidro é lindo.
Para entrar no Reichstag você tem que ter uma senha. Consiga pela internet ou no quiosque que fica na porta. O site para pegar a senha é esse → www.bundestag.de/htdocs_e/visits/kuppel/kupp/245686
Hauptbahnhof e o Rio Spree
A área ao redor do Reichstag é linda, às margens do Rio Spree. Lá também fica a Hauptbahnhof (estação central de trem), uma das mais importantes da Alemanha. Tem um calçadão bem agradável que circula tudo por ali.
A estação de trem de Berlim é linda por fora e por dentro.
Em dias quentes, as pessoas enchem a margem do rio com espreguiçadeiras. Fica parecendo "praia". Olha o prédio do Reichstag lá no fundo, que legal.
Tiergarten e a Coluna da Vitória
Em frente ao Portão de Brandemburgo começa o Tiergarten. É uma grande área verde, muito bonita. Peguei essa foto da internet pra você ter uma noção do tanto que o parque é grande.
O Tiergarten é um ótimo lugar para passear e andar de bike. É muito usado também pelos berlinenses para praticar esporte, tipo corrida matinal.
Imagina isso no outono, com as folhas douradas!!!
No meio do Tiergarten tem um obelisco, a Siegessäule (Coluna da Vitória). Ela ficou famosa por causa do vídeo da música “Stay, Farway so Close” do U2.
A Coluna da Vitória foi concluída em 1873 para comemorar as vitórias militares do Reino da Prússia entre 1864 e 1871. O obelisco ficava originalmente na frente do Reichstag (Parlamento), mas em 1937 foi colocado onde está atualmente.
O Obelisco fica no meio de numa rotatória bem grande que se chama Grosser Stern (Estrela Grande), que tem esse nome porque dá acesso a cinco grandes e importantes avenidas de Berlim. Para chegar até a Coluna da Vitória, não dá para atravessar a rua. É uma rotatória muito grande e movimentada. Tem um túnel subterrâneo que leva até lá.
Ao redor de sua parede central, há mosaicos do artista Anton von Warner de 1873, com representações de Napoleão sentado em uma nuvem e do Comandante prussiano von Hartmann. Nas paredes do monumento é possível visualizar vários buracos causados por balas disparadas durante a Segunda Guerra Mundial.
A Coluna da Vitória tem 67 metros de altura, e no seu topo, fica uma estátua de bronze pintada de dourado de 8,3 metros e 35 toneladas. A estátua é Vitória, deusa da vitória militar. Em 2011 a coluna foi renovada ganhando novo brilho: a estátua e outras partes da construção foram cobertas com folhas de ouro, totalizando 1,2kg.
Uma escadaria de 285 degraus leva ao topo da coluna, onde há uma plataforma de observação de 51 metros de altura. A escada vai ficando estreita à medida que se aproxima do topo, e essa subida requer um nível razoável de condicionamento físico. Mas vale à pena porque a vista lá de cima é linda. Paga para subir, mas é baratinho (3,50 euros).
Em 2008, quando Barack Obama (até então candidato) visitou Berlim, foi na Coluna da Vitória que ele fez um discurso, um ano antes de vencer a eleição para presidente dos Estados Unidos.
O Palácio Bellevue
A poucos metros da Coluna da Vitória, ainda no Tiergarten, fica o Palácio Bellevue. Seu nome significa “bela vista”, por causa da beleza toda que fica ao redor. O palácio é a residência oficial do presidente da Alemanha (não confundir com a chanceler).
Quando se fala em residência oficial não significa que o presidente more lá. Os presidentes da Alemanha moram em uma mansão no bairro de Dahlem. O Palácio serve de escritório, onde o presidente trabalha e recebe as visitas oficiais. Além de escritório do presidente, o palácio tem salas de audiências, salões de jantares, recepções de gala, concertos e cerimônias.
O Palácio Bellevue não é aberto para visitação, mas se você estiver pela região do Tiergarten, vale à pena passar na frente e tirar uma foto.
O Muro de Berlim
Para ler tudo sobre o Muro de Berlim clique AQUI
O Homem Molecular
No final do Muro de Berlim, logo depois da Ponte Oberbaum Brüche, podemos ver a enorme escultura do "Homem Molecular", que fica no rio Spree.
A Ponte Oberbäumbrücke.
Escultura "Homem Molecular".
Na verdade, é uma escultura de 3 homens, mas a gente só enxerga 2 por causa do ângulo. É uma bela obra do americano Jonathan Borofsky, composta por três figuras completamente furadas e unidas entre si. Os furos representam a leveza do corpo físico, e a união das figuras representa as moléculas, que juntas formam a nossa existência. Nossa, que profundo...
Kreuzberg
Nessa altura do passeio, a gente já está na região de Kreuzberg, que é o ex-bairro soviético de Berlim. Nele a diferença de arquitetura impressiona, porque a gente nota claramente o contraste entre a Berlim Oriental e Ocidental até hoje. Há prédios novos, que foram construídos recentemente ao lado de construções mais antigas, de arquitetura bem soviética ainda.
Na região de Kreuzberg é que ficam os principais pontos turísticos para quem segue a “Rota do Muro de Berlim”. No post sobre o Muro eu falo de todos esses lugares. Para ler clique AQUI
Museu Judaico
O museu abre todos os dias e a entrada custa 8 euros. Endereço: Lindenstraße 9.
(Jüdisches Museum Berlin) Este museu, foi fundado no ano de 1933 em Berlim e fechado em 1938 pelo Regime Nazista. Nesse período, todas as obras foram confiscadas.
O Museu foi reaberto em 2001 está dividido em dois prédios: o Prédio Antigo e o Novo. O prédio antigo, de estilo barroco, é onde fica a entrada, bilheteria, exposições temporárias, salas de eventos, a lojinha de suvenir e um restaurante. O prédio novo, de arquitetura moderna, é onde ficam instalações permanentes e mais impactantes.
O arquiteto Daniel Libeskind, que é filho de judeu sobrevivente do Holocausto, foi quem projetou o Prédio Novo. A fachada é de zinco, em “Zig Zag” e representa a estrela de Davi estilhaçada, numa linguagem cheia de simbologia.
O prédio novo não possui uma entrada. Para acessá-lo, tem que ser por uma escada subterrânea através do prédio antigo.
No interior do museu tem 5 corredores com salas vazias, de concreto e pé direito bem alto. Cada espaço foi pensado para criar uma sensação diferente aos visitantes. Geralmente sensações “de incômodo”. A ideia é nos colocar na posição dos judeus por alguns instantes, para refletir... Para isso, é importante pegar o folheto informativo distribuído na entrada, que nos orienta sobre essas sensações.
Em um dos corredores, encontramos o trabalho do artista israelense Menashe Kadishman chamado de (traduzindo) "Folhas Caídas". O chão é coberto por rostos de ferro que fazem um barulho quando pisamos neles.
Seguindo pelo museu, o caminho vai se tornando cada ver mais estreito e escuro. Então chegamos na “Torre do Holocausto”, uma sala vazia, fria e com paredes altas. No teto tem uma pequena fenda por onde entra um pouco de luz.
Na visitação ainda há muitas outras salas e objetos que mostram a contribuição intelectual, econômica e cultural dos judeus na formação da história de Berlim. Vale à pena a visita!
O Trabant
O Trabant era o carro fabricado na Alemanha Oriental até a queda do muro de Berlim. Hoje faz “safari” pela cidade. O turista compra um pacote que simula uma tentativa de fuga para o lado ocidental da cidade. Na simulação, o carro é parado por homens vestidos de guardas, que fazem a inspeção do automóvel e das pessoas do interior dele, que no caso, é o turista.
Andando pelas ruas, a gente vê um monte de Trabants fazendo safari e sendo "vistoriados". hahahaha Turista é um barato!
Ao pararem nos postos de inspeção, os turistas vão ganhando carimbos no passaporte, exatamente como funcionava na época do Muro.
Uma inspeção de verdade, 1961.
O Trabant é hoje chamado "carinhosamente" de Trabi.
Nostaugia berlinense
No quesito "Nostalgia", Berlim dá de dez! Para os turistas que querem reviver o passado, aqui não faltam opções. Você pode rodar a cidade nesses carros antigos, coisa de colecionador mesmo! Umas relíquias!
Os Camelôs
Nas ruas de Berlim os camelôs não vendem bolsas, óculos, cintos ou outros artigos piratas, como na maioria das cidades. Eles vendem itens de guerra!!! Fardas, quepes militares, máscaras de gás, medalhas, chapéus russos, enfim, tudo que nos faz lembra da guerra. Olha que coisa maluca!
Esse post continua! Para ler Berlim Parte 2 clique AQUI
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Ana Cassiano
Morei na Alemanha por 8 anos. Já visitei vários países de continentes diferentes. Sou Guia de Turismo em São Paulo, Escritora de Viagens e Colaboradora de Sites de Turismo.